Eduardo Bolsonaro: deputado disse que Flávio Bolsonaro está mais preparado para uma candidatura presidencial que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (Agência Câmara)
Redação Exame
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10h27.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que pode apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma eventual disputa presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A declaração foi feita em entrevista ao UOL, após novas críticas à articulação de aliados em torno do nome de Tarcísio para 2026.
“Onde o Lula estiver de um lado, eu estarei do outro”, disse Eduardo. “Se o Tarcísio for este candidato, a gente vai acabar falando, sim, de Tarcísio de Freitas.”
As falas ocorrem em meio à indefinição dentro da família Bolsonaro sobre quem herdará o capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso no último sábado. Segundo informações do Globo, a detenção levou aliados a montar uma operação para evitar movimentos considerados prematuros sobre 2026, reforçando a orientação de “congelar” o debate eleitoral.
Dentro da família, as posições variam. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) tem adotado discurso mais duro, classificando a discussão antecipada de 2026 como “um absurdo político”. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) atua como articulador e, segundo aliados, repete desde sábado que não é o momento de tratar do próximo pleito.
Na mesma entrevista ao UOL, Eduardo disse que Flávio está “mais preparado” para uma eventual candidatura do que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Entre governadores cotados para ocupar o espaço de Bolsonaro — além de Tarcísio, Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) — o clima é de cautela. De acordo com um interlocutor do governador paulista ouvido pelo Globo, o momento é de “não irritar a família”.
Mesmo admitindo um eventual apoio, Eduardo Bolsonaro voltou a demonstrar incômodo com o protagonismo dado a Tarcísio nas discussões da direita. Ele afirmou ao UOL que o governador tenta “navegar por mares calmos”, o que considera um “defeito para um político”.
O deputado criticou ainda o que chama de tentativa de “pintar” Tarcísio como um nome da direita. “O Tarcísio é um tecnocrata de centro que, no cenário político, ele acha que ainda há margem para o diálogo com o Moraes”, afirmou, em referência ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Para ele, essa estratégia coloca em risco os votos conservadores. “Acho até que ele enxerga pessoas como aqueles radicais de quem ele quer se ver afastado. Ele também acha que tem os votos da direita de maneira cativa... e isso daí é uma estratégia errada.”
*Com informações do Globo