Manifestantes acendem sinalizadores em protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 11h19.
Nova York - Em um editorial nesta sexta-feira, 21, com o título "O despertar social no Brasil", o jornal The New York Times (NYT) diz que a maioria silenciosa da população do Brasil parece estar encontrando sua voz política.
E, nesse cenário, a presidente Dilma Rousseff terá que endereçar novas demandas com substância e entendimento.
O jornal norte-americano, que vem dando amplo destaque aos protestos no Brasil nesta semana (o assunto foi novamente capa do Times nesta sexta-feira), diz que as enormes manifestações no País pegaram todo mundo de surpresa, mas talvez não devesse ser o caso.
Apesar das enormes conquistas do País nas últimas décadas (economia mais forte, eleições democráticas, maior atenção e dinheiro aos pobres), ainda há uma distância enorme entre as promessas dos políticos de esquerda que governam o país e a realidade do dia a dia dos brasileiros.
O editorial do Times cita um estudo do Banco Mundial que coloca o Brasil como a sétima maior economia do mundo. Ao mesmo tempo, o país fica entre os piores colocados na distribuição de renda e em rankings de educação. O jornal cita ainda que vários políticos brasileiros têm sido envolvidos em casos de corrupção e mau uso do dinheiro público.
Por isso, o Times destaca que não é surpresa que o aumento das tarifas de ônibus tenha gerado uma insatisfação generalizada da população que paga cada vez mais impostos. Também não é surpresa a decepção das pessoas com os altos gastos para reformar ou construir estádios para a Copa do Mundo em um país carente de melhores educação e saúde.
O Times avalia que Dilma teve o mérito de não ir contra às manifestações, declarando que entende os anseios e a necessidade de mudança pedida pelas massas. Mas as demonstrações desta semana revelam uma revolta crescente da população com relação às prioridades de gastos do governo e má qualidade de serviços públicos que precisará ser avaliada por Dilma.