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Ecorodovias vence leilão de concessão da rodovia Nova Raposo por R$ 2,190 bilhões

Quatro empresas disputaram a concessão de 30 anos de 92 quilômetros da rodovia

 (Governo de São Paulo/Divulgação)

(Governo de São Paulo/Divulgação)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 16h48.

Última atualização em 28 de novembro de 2024 às 17h11.

A Ecorodovias venceu nesta quinta-feira, 28, o leilão de concessão rodoviário da Nova Raposo realizado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A companhia ofereceu um lance de R$ 2,190 bilhões com ágio de 47.117,67%.

O leilão recebeu quatro propostas. A vencedora ofereceu o dobro das demais concorrentes e levou a disputa sem viva-voz. Segundo o edital, o vencedor seria quem oferecesse o maior valor de outorga. O valor mínimo era de R$ 4,6 milhões.

O grupo EPR terminou o leilão com a segunda melhor proposta de outorga com R$ 1,170 bilhão, seguida pelo grupo CCR, que ofereceu R$ 1,040 bilhão. A Via Appia apresentou uma proposta de R$ 487 milhões. 

Manifestantes do movimento "Nova Raposo Não" protestaram contra o leilão do lado de fora da sede da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, e a Polícia Militar isolou o entorno do prédio. Entidades — que vão desde associações de bairros, empresas locais e coletivos de ambientalistas — reclamam da cobrança tarifária dos pedágios, que vão aumentar o custo de vida da região, dos trechos que adentram áreas residenciais, e do impacto ambiental nas áreas preservadas de mata atlântica. 

Com investimentos previstos de R$ 7,9 bilhões, o contrato será de 30 anos e abrange 92 quilômetros. A nova concessão incluirá trechos administrados pela ViaOeste, da CCR, e pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER/SP), e promete uma série de modernizações como novas alças de acesso, passarelas, iluminação, sistema de internet sem fio (Wi-Fi), Centro de Controle Operacional, ciclofaixas, entre outros.

No fim de outubro, a CCR arrematou o lote da Nova Sorocabana com lance de R$ 1,601 bilhão. A gestão Tarcísio decidiu dividir a concessão em dois blocos. Cada lote inclui parte da ViaOeste e outros trechos rodoviários atualmente sob gestão do DER-SP. Os dois lotes juntos têm 552 quilômetros de extensão — 460 km da Rota Sorocabana e 92 km da Nova Raposo.

O que vai mudar na concessão da Nova Raposo?

No total, dez municípios paulistas serão beneficiados, incluindo: Araçariguama, Barueri, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes.

O governo defende que a licitação vai melhorar o tráfego e a segurança viária, reduzindo também os congestionamentos e acidentes na região. Entre as melhorias, estão a implementação de 43 quilômetros de vias marginais contínuas ao longo de todo o trecho urbano entre São Paulo e Cotia, em ambos os sentidos da pista principal.

O contrato determina que a futura concessionária deverá implementar o pedágio Free Flow, sistema de cobrança automática, que elimina cabines e permite passagem sem parada. Além disso, haverá descontos para usuários frequentes (DUF), sendo 10% para mais de dez passagens e 20% após a 21ª. Os veículos com tags terão 5% de desconto adicional. As tarifas nos pórticos vão variar de R$ 0,54 a R$ 4,84, mas a cobrança será após a conclusão das obras. Nos trechos já concedidos, a tarifa será reduzida em média 28% a partir de 2025.

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