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Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 16h50.
São Paulo – De um lado, três consórcios com participação majoritária de empresas privadas. No total, elas arremataram a concessão de três aeroportos brasileiros por 25 bilhões de reais e querem lucrar com isso. Do outro, os passageiros, ávidos por melhores serviços sem ter que se submeter a tarifas abusivas. No meio da pressão, o governo, com uma experiência nesta área que se limita à concessão de um aeroporto no Rio Grande do Norte, o qual não está nem perto de ficar pronto.
É assim que a revista britânica The Economist descreve a situação do setor aéreo brasileiro após o leilão da última segunda-feira, que cedeu à iniciativa privada três dos principais aeroportos do país – Guarulhos, Brasília e Campinas. “Uma vez que o Brasil privatizou apenas um aeroporto pequeno até agora, o governo tem pouca experiência em lidar com esta relação de troca”, diz a reportagem.
A revista destaca, em edição que chega às bancas nesta semana, os ágios elevados em relação ao valor mínimo estabelecido pelo governo para os aeroportos. “Quando a oferta vencedora da privatização do aeroporto de Guarulhos, o principal de São Paulo, um burburinho tomou conta da multidão na bolsa de São Paulo”, diz o texto.
Segundo a reportagem, o professor Eduardo Padilha, da escola de negócios Insper, ficou “atônito” com os 16,2 bilhões de dólares da proposta vencedora do aeroporto de Guarulhos. Ele declarou à revista que, pelo valor, o consórcio vencedor, do qual participa o grupo Invepar, deve ter planos para Guarulhos “que ninguém mais pensou, como um hotel ou um centro de convenções”.
Além de tratar da difícil tarefa que o governo tem pela frente para regular o setor aeroportuário, a Economist falou ainda sobre o ritmo lento com que o poder público tem investido no país. “Com baixo investimento público, o capital privado é necessário não apenas para os aeroportos, mas também para as estradas e portos. A esperança é que uma bem-sucedida privatização dos aeroportos leve o governo a ser mais pragmático no futuro”.