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Economia estável e crédito contribuíram para aumento da venda de veículos

Entidade do setor considera que crescimento de 10,63% é muito alto e espera resultado mais baixo em 2011

A Fenabrave prevê um aumento de 4,2% nas vendas de automóveis em 2011 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A Fenabrave prevê um aumento de 4,2% nas vendas de automóveis em 2011 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2011 às 15h51.

São Paulo – A economia estável, o aumento do acesso ao crédito e a confiança do consumidor foram as principais razões para o aumento de 10,63% registrado em 2010 nas vendas de automóveis e veículos de uso misto, que servem tanto para passeio quanto para transporte de cargas leves. Os dados, da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram divulgados hoje (5).

Segundo o balanço da entidade, em 2010, foram comercializadas 3.329.170 de unidades ante 3.009.201 em 2009. Em dezembro, a alta foi de 16%, com 361.197 veículos vendidos, ante 311.410 em novembro. Em relação a dezembro de 2009, quando foram comercializados 277.915 veículos, o aumento foi de 30%.

Para 2011, a entidade prevê crescimento de 4,2% nas vendas de automóveis e veículos de uso misto, com 3.468.995 de unidades comercializadas. “O crescimento deverá ser menor. Nós estimamos que um crescimento controlado é muito melhor do que uma explosão de crescimento”, disse o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze.

Reze ressaltou que crescimentos muito fortes, acima de 5%, não são bons para o setor porque resultam em um desajuste da economia. “O setor automobilístico, as montadoras não podem ter picos e vales. De repente, você tem uma venda enorme e, de repente, isso cai. Ela [a montadora] tem que mexer com produção, compras, o corpo funcional dela que é treinado. Tudo isso indica que um crescimento moderado pode ser perfeitamente acompanhado por todos os envolvidos nesse processo”.

O presidente da Fenabrave disse ainda que a explosão das vendas em dezembro foi influenciada também pela chamada “prática do rapel”, ou seja, quando as próprias montadoras induzem as concessionárias a faturarem o veículo em nome de uma terceira pessoa, que não é o comprador, e emplacam esse veículo que aparece na estatística como vendido. Assim, o carro novo emplacado vai ser comercializado dentro da própria concessionária como usado.

“Durante o ano todo houve esse processo, mas não tão violento quanto em dezembro e novembro. Por um aspecto, o consumidor é beneficiado porque acaba recebendo de presente o emplacamento e algumas outras vantagens. Por outro, a concessionária que se submete a esse processo está tirando da rentabilidade dela uma parcela muito importante de recursos que precisa para alimentar os custos da sua empresa”.

Os dados da Fenabrave apontam também que as vendas de veículos usados foram compatíveis com as de veículos novos. “Não se pode pegar mais veículos novos na troca e não se desfazer desses veículos. Você tem que ter uma compatibilidade entre o que entra e o que sai. Isso é o que está acontecendo e fazendo com que a venda do novo se dê de uma forma não traumática”.

Os números mostram que em 2010 houve aumento de 20,34% nas vendas de carros usados, com a comercialização de 8.429.309 unidades ante as 7.004.860 unidades vendidas em 2009. Em dezembro, as vendas de usados aumentaram 21,31%. Foram comercializados 914.993 veículos. Na comparação com dezembro do ano passado, a elevação foi de 27,63%.

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