Brasil

Economia bloqueia mais R$ 5,7 bi em despesas discricionárias para cumprir teto

O bloqueio foi necessário para que os desembolsos não ultrapassassem o limite do teto de gastos, regra que proíbe dispêndios acima dos registrados no ano passado, corrigidos pela inflação

A previsão de gastos com benefícios previdenciários em 2022 subiu R$ 2,348 bilhões, para R$ 797,611 bilhões (Ana Volpe/ Senado/Agência Senado)

A previsão de gastos com benefícios previdenciários em 2022 subiu R$ 2,348 bilhões, para R$ 797,611 bilhões (Ana Volpe/ Senado/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2022 às 15h37.

O Ministério da Economia anunciou um bloqueio adicional de R$ 5 7 bilhões no orçamento de 2022. Com isso, o total de recursos congelados subiu para R$ 15,4 bilhões.

De acordo com o Relatório de Receitas e Despesas do 5º Bimestre, o corte adicional foi necessário para pagar benefícios previdenciários (R$ 2,3 bilhões) e por conta da suspensão da medida provisória que adiava para o ano que vem repasses da Lei Adir Blanc.

O bloqueio foi necessário para que os desembolsos não ultrapassassem o limite do teto de gastos, regra que proíbe dispêndios acima dos registrados no ano passado, corrigidos pela inflação.

O relatório, divulgado nesta terça-feira, 22, pelo Ministério da Economia, traz ainda revisões em expectativas de receitas e nas projeções de gastos até o fim deste ano, na comparação com o relatório publicado em julho.

A previsão de gastos com benefícios previdenciários em 2022 subiu R$ 2,348 bilhões, para R$ 797,611 bilhões. A projeção para os pagamentos de pessoal e encargos sociais subiu R$ 332,01 milhões, para R$ 339,395 bilhões.

O gasto previsto com subsídios e subvenções ficou R$ 1,290 bilhão menor, passando para R$ 18,011 bilhões.

Já os valores estimados para o pagamento de precatórios e sentenças judiciais caiu R$ 131,88 milhões, para R$ 17,924 bilhões.

Pelo lado da arrecadação, a estimativa para as receitas com dividendos de estatais aumentou R$ 6,266 bilhões, passando para R$ 86,726 bilhões.

Já as receitas previstas com concessões subiram R$ 92,8 milhões, para R$ 45,310 bilhões. O relatório também mostra que a projeção para arrecadação com royalties neste ano aumentou R$ 3,465 bilhão, para R$ 133,215 bilhões.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Parâmetros macroeconômicos

O Ministério da Economia também atualizou nesta terça mais indicadores da grade de parâmetros macroeconômicos utilizados nos cálculos da execução orçamentária de 2022. A equipe econômica manteve a projeção para a Selic média em 2022 de 12 3%.

Já a projeção do Ministério da Economia para o câmbio médio deste ano passou de R$ 5,2 para R$ 5,16. A previsão para a alta da massa salarial nominal passou de 18,2% para 18,9%.

Já a estimativa para o preço médio do barril de petróleo no mercado internacional passou de US$ 100,5 para US$ 101,77.

Na semana passada, a equipe econômica já havia divulgado nova estimativa para o crescimento da economia neste ano, que se manteve em 2,70%.

Na ocasião, a projeção oficial para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 6 30% para 5,85%, enquanto a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — utilizado para a correção do salário mínimo — passou de 6,54% para 6,00%.

LEIA TAMBÉM:

Campos Neto presidirá conselho de órgão que coordena bancos centrais

PEC de Transição: Texto final deve ser apresentado até amanhã, diz Randolfe

Acompanhe tudo sobre:Orçamento federal

Mais de Brasil

Trens da CPTM geram 27 vezes menos carbono que ônibus a diesel, diz estudo

Como fica a previsão do tempo no RJ neste feriado?

Lula diz que PL Antifacção aprovado na Câmara 'enfraquece combate ao crime'

COP30 antecipará em 30 anos obras de infraestrutura em Belém, diz Hélder