Brasil

É preciso verificar doação de imóveis, diz TCU

Nesta quarta-feira, a sessão do TCU que decidiria sobre a inclusão de Graça no relatório sobre o caso da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), foi suspensa


	Graça Foster: relator disse que confirmação da doação proposital configuraria "tentativa de burla"
 (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Graça Foster: relator disse que confirmação da doação proposital configuraria "tentativa de burla" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 15h29.

Rio de Janeiro - A doação de imóveis para familiares por parte da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e do ex-diretor da Área Internacional da estatal Nestor Cerveró pode ter sido uma tentativa de burla às investigações do Tribunal de Contas da União (TCU), mas é preciso verificar se a ação foi "planificada", disse nesta quinta-feira o presidente do órgão, João Augusto Nardes.

Segundo o presidente do TCU, como o processo é "extremamente importante" e "tem de ter todas as nuances dissipadas", foi pedida uma diligência para avaliar a transferência dos apartamentos, em regiões valorizadas do Rio de Janeiro e de Búzios, no litoral norte fluminense.

"Essa diligência vai averiguar se houve realmente essa doação e se foi de forma planificada, para ver quais as consequências disso dentro do processo que está em andamento", afirmou Nardes, após dar palestra no X Encontro de Controle Interno, no Rio.

Nesta quarta-feira, a sessão do TCU que decidiria sobre a inclusão de Graça no relatório sobre o caso da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), foi suspensa após a revelação das doações dos imóveis, em reportagem publicada no site do jornal "O Globo" ainda durante a tarde.

Em julho, o TCU pediu o bloqueio dos antigos diretores da Petrobras à época das negociações envolvendo a compra da refinaria.

De acordo com Nardes, a decisão voltará à pauta do tribunal somente após a conclusão da diligência.

"Se for necessário mais do que o prazo de uma semana, daremos mais prazo para que o relator coloque isso na pauta. Queremos a segurança das informações", disse Nardes, completando que ainda se reuniria com o relator do caso, ministro José Jorge, para tratar do tema.

Ainda na quarta-feira, Jorge afirmou que a confirmação da doação proposital configuraria "tentativa de burla".

"Claro que isso nos preocupou. Se foi planificada essa atitude, coloca a situação dos envolvidos num comprometimento de buscar uma forma de não serem impactados pela decisão do tribunal", afirmou Nardes.

O presidente do TCU justificou a cautela e minimizou as pressões sobre o órgão.

"O momento político é muito sensível, por isso temos de ir muito devagar com o andor e evitar qualquer conclusão precipitada e avaliar da forma mais equilibrada possível para não prejudicar A, B ou C", disse Nardes.

Sobre as pressões, Nardes disse que fazem parte do "jogo democrático".

"Já tive vários mandatos e sei que isso faz parte. O fato de o Adams (Luís Inácio Adams, advogado-geral da União) estar lá? Toda semana temos advogados distribuindo memoriais e fazendo pressão em cima do TCU e a gente tem de ter tranquilidade para administrar essas questões com equilíbrio", completou.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisImóveisIndústria do petróleoIrregularidadesPetrobrasPetróleoTCU

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas