Aécio Neves: ele afirmou que não vai privatizar estatais, mas sim "devolvê-las aos brasileiros" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2014 às 14h11.
São Paulo - Na última etapa da sabatina no portal G1 nesta segunda-feira, 04, quando o candidato deve responder somente com "sim" ou "não" às questões apresentadas, o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, afirmou ser a favor das cotas raciais, do fim da reeleição - com mandatos de cinco anos - e da redução da maioridade penal em "casos gravíssimos".
Questionado em relação a um imposto sobre grandes fortunas, o candidato respondeu apenas que "é necessária uma revisão na taxação atual".
Aécio disse ser contra o foro privilegiado e a revisão da lei da anistia e afirmou que o financiamento privado de campanhas políticas deve ser "limitado".
Ele se posicionou a favor da unificação das polícias e afirmou que não vai privatizar companhias estatais, mas sim "devolvê-las aos brasileiros".
Ferrovias e hidrovias
Aécio afirmou ainda na sabatina que as ferrovias e hidrovias serão o foco de seu governo no que diz respeito à infraestrutura, caso seja eleito. "Isso é fundamental para o escoamento da produção. Essa é a questão central: o custo Brasil, a falta de competitividade", afirmou.
Em relação à política fiscal, Aécio disse que vai "qualificar" gastos e reiterou ser contra desonerações setoriais. Ele afirmou que sua eventual vitória criaria um ambiente de segurança que ajudará na retomada dos investimentos.
"O atual governo perdeu a capacidade de gerar confiança, tanto em agentes internos quanto externos", avaliou.
Questionado sobre sua opinião em relação à política de armamento, o candidato respondeu que já foi realizado um plebiscito e que a população brasileira já decidiu sobre essa questão.
Ministério da Justiça
O candidato do PSDB à Presidência prometeu também fazer uma modificação na estrutura do Ministério da Justiça, transformando-o em pasta da segurança pública. Sobre o tema, disse ainda que não vai contingenciar recursos como, segundo ele, faz o atual governo.
"Isso mostra a pouca atenção que o governo vem dando à questão da segurança pública", criticou o tucano.
Outra medida que Aécio prometeu tomar caso eleito é a atualização dos códigos Penal e de Processo Penal. O tucano disse que as discussões são feitas há muito tempo no Congresso Nacional, o que possibilitaria que a atualização fosse "rápida".
Sobre fronteiras, o tucano retomou as críticas ao atual governo federal e afirmou que a presidente Dilma não cumpriu a promessa, feita na última campanha, de colocar em funcionamento 14 veículos aéreos não tripulados (VANT's).
Cargos públicos
Aécio teve de responder à pergunta de um internauta comparando a criação de cargos públicos por concurso nos governos de Fernando Henrique Cardoso e nas administrações do PT.
Depois de ponderar que FHC e Lula enfrentaram ambientes diferentes, Aécio afirmou que pretende fazer cortes nos cargos comissionados, não na contratação de funcionários de carreira.
Segundo o tucano existem entre 23 mil e 24 mil cargos "de livre provimento", dos quais ele pretende cortar um terço.
Mensalão mineiro
Aécio disse ainda que não é possível comparar o chamado mensalão mineiro ao mensalão do PT. Questionado sobre o caso envolvendo o então governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998, e que ainda não foi julgado, ele afirmou que os episódios são "distintos".
"Não sou juiz, acato a Justiça. Vamos aguardar que a Justiça mineira julgue e que Eduardo Azeredo tenha chance de defesa. Se houver companheiro do partido que tenha cometido irregularidade, não o transformaremos em herói nacional, como fez o PT", afirmou.
Ele voltou a fazer críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff e a dizer que existe um "cansaço generalizado" com o atual governo. "Dilma não fracassou só na condução da economia, mas talvez isso seja o mais evidente", afirmou.
Segundo Aécio, o atual governo deixará ao sucessor um quadro de estagflação, com crescimento abaixo de 1% e inflação estourando o teto da meta.
Ele também citou obras inacabadas e omissão na saúde e na segurança pública. "O conjunto da obra leva à rejeição e ao desejo de mudança", acrescentou.