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É preciso romper controle de Cunha sobre a Câmara, diz Dilma

Em entrevista a rádio, Dilmar Rousseff disse esperar que a influência de Cunha na Câmara seja interrompida após eleição de novo presidente


	Dilma Rousseff: em eventual segundo turno das eleições na Câmara, presidente afastada disse esperar que novo presidente não tenha votado pelo impeachment
 (Stephen Lam/Reuters)

Dilma Rousseff: em eventual segundo turno das eleições na Câmara, presidente afastada disse esperar que novo presidente não tenha votado pelo impeachment (Stephen Lam/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2016 às 11h19.

São Paulo - A presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que espera que a influência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os demais parlamentares seja interrompida com a eleição de um novo presidente da Câmara.

"Temos de interromper este processo (de controle do Cunha sobre os parlamentares). O primeiro passo é o que hoje estamos vendo na Câmara, com grande quantidade de candidaturas", disse a presidente afastada.

A eleição à presidência da Câmara ocorre nesta quarta-feira, 13, a partir de 16 horas. Até agora, 14 candidatos se inscreveram ao pleito. O PT e seus aliados acenam apoiar o ex-ministro da Saúde do governo Dilma Marcelo Castro (PMDB-PB), que votou contra o impeachment dela.

Até o início da semana, parlamentares petistas mantinham conversas com interlocutores de Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda que ele tenha sido um dos principais líderes do impedimento da presidente e conte com o suporte do PSDB.

Já o chamado centrão, de aliados de Cunha, aposta na candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF).

"Para um eventual segundo turno, espero que vença o candidato que tenha mais idoneidade e espero também que seja alguém que não tenha votado pelo impeachment", afirmou Dilma.

'Injustiça'

Na entrevista, a presidente afastada voltou a dizer que é vítima de uma injustiça, mas que acredita na reversão do impeachment na votação do Senado. "Eu só serei carta fora do baralho em 1º de janeiro de 2019, quando termina o meu mandato", disse.

Dilma também fez críticas à gestão econômica do presidente em exercício, Michel Temer. "Algumas das medidas deste governo interino são mera continuidade do que estávamos fazendo. Outras, no entanto, ferem os direitos coletivos e individuais. É absurdo pensar que os ajustes necessários para recompor o equilíbrio fiscal atinjam um dos setores que são o coração de toda a sociedade, que é a educação", afirmou, em uma crítica à PEC dos gastos públicos.

A presidente, no entanto, evitou fazer críticas pessoais a Temer. "Mas quando eu voltar à Presidência, eu não tenho vontade de vingança pessoal nem de retaliação. Eu simplesmente não pretendo encontrá-lo, porque não teria o que dialogar, o que trocar", disse Dilma, afirmando que não imaginava que Temer fosse passível de sofrer a influência do grupo político de Eduardo Cunha.

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