Mourão: "se militares assumirem e não convocarem eleições, vamos trocar seis por meia dúzia", disse (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 09h19.
São Paulo — O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, voltou a defender uma solução pacífica para a crise na Venezuela, afirmando que é preciso arranjar uma "porta de saída" para o presidente do país, Nicolás Maduro. "Não queremos guerra no nosso continente, temos que buscar preservar essa paz", disse Mourão, em entrevista à GloboNews na noite desta quarta-feira (27).
Mourão afirmou ainda que a guerra civil é um "cenário possível" pela situação que o país vive hoje, mas avaliou que é menos provável que os conflitos respinguem para o Brasil, já que a fronteira entre o País e a Venezuela é menos povoada.
O vice-presidente defendeu ainda a necessidade de se convocar eleições na Venezuela após a saída de Maduro e avaliou que a OEA terá papel importante nessa missão. "Se militares assumirem e não convocarem eleições, vamos trocar seis por meia dúzia", disse.
Sobre as últimas ações do governo federal em relação à Venezuela, como o envio de ajuda humanitária ao país vizinho, Mourão disse acreditar que não configuram uma mudança da diplomacia brasileira. "O Itamaraty continua a agir como sempre agiu", afirmou, pontuando que a situação se impôs e o Brasil precisou lidar com os refugiados que atravessaram a fronteira.