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É impossível prever fim da Lava Jato, diz Dallagnol

A força-tarefa da Lava Jato ganhou o Prêmio Innovare, voltado para o reconhecimento de iniciativas pioneiras para tornar o Poder Judiciário mais eficiente

Dallagnol: "nós dedicamos esse prêmio a cada cidadão brasileiro que foi às ruas de modo pacífico pedir um País sem corrupção", disse procurador (Vladimir Platonow/ Agência Brasil)

Dallagnol: "nós dedicamos esse prêmio a cada cidadão brasileiro que foi às ruas de modo pacífico pedir um País sem corrupção", disse procurador (Vladimir Platonow/ Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 18h19.

Brasília - A força-tarefa da Lava Jato ganhou nesta terça-feira, 6, em Brasília, o Prêmio Innovare, voltado para o reconhecimento de iniciativas pioneiras para tornar o Poder Judiciário mais eficiente. A força-tarefa foi premiada na categoria Ministério Público.

"Nós dedicamos esse prêmio a cada cidadão brasileiro que foi às ruas de modo pacífico pedir um País sem corrupção e defender a Lava Jato", disse à imprensa o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, em referência aos milhares de brasileiros que foram às ruas de todo o País no último domingo, 4.

A solenidade de entrega do prêmio ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) com a presença da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e dos ministros da Justiça, Alexandre de Moraes, e da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, entre outros convidados.

Na avaliação de Dallagnol, a força-tarefa da Lava Jato foi premiada por conta de três aspectos: a expansão das investigações por meio das colaborações premiadas; a realização de cooperações internacionais com mais de 30 países; e a criação de um website com informações públicas a respeito do caso.

"Além de tudo isso, a Lava Jato não se circunscreveu a tratar de um caso concreto, mas buscou também avançar, com uma contribuição para transformar o sistema, que é um sistema de justiça criminal altamente ineficiente com a proposição de 10 medidas de combate à corrupção", ressaltou Dallagnol.

"Temos visto a sociedade se manifestar com alta voz pedindo mudanças e transformações. Já se passaram mais de dois anos da Lava Jato. Vivemos hoje um momento em que a sociedade está clamando por essa transformação e nós temos confiança de que todas as instituições escutarão essa voz."

Fim

Ao ser questionado sobre a duração da Operação Lava Jato, Dallagnol respondeu não ser possível prever o fim da operação, deflagrada em março de 2014.

"As investigações são muito dinâmicas e a cada acordo de colaboração que se faz, surgem novos fatos, novas evidências, que permitem novas linhas de investigação", ressaltou o procurador.

Na semana passada, o trabalho da Lava Jato foi escolhido pela Transparência Internacional para receber o prêmio Anticorrupção de 2016 entre 580 trabalhos do mundo todo.

Indagado se a Lava Jato poderia tentar o "bicampeonato" no Prêmio Innovare do ano que vem, o procurador da República respondeu: "Só Deus sabe."

O Prêmio Innovare é uma iniciativa que reúne o Instituto Innovare, a Secretaria Nacional de Cidadania e Justiça do Ministério da Justiça, a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), com o apoio do Grupo Globo.

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