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É hora de pacificar o Brasil, diz Doria em discurso como governador eleito

O tucano disse que será "governador para todos, os que me elegeram e os que não me elegeram"

O ex-prefeito de São Paulo, João Doria (Adriano Machado/Reuters)

O ex-prefeito de São Paulo, João Doria (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 22h46.

São Paulo - Em seu primeiro discurso após confirmada a vitória nas urnas, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), adotou tom conciliatório, ao contrário da postura que marcou a campanha, de ataques ao adversário Marcio França (PSB) e à esquerda.

Em fala iniciada pouco antes das 21 horas deste domingo, 28, o tucano disse que "é hora de pacificar o Brasil" e que será "governador para todos, os que me elegeram e os que não me elegeram". "É hora de pacificar o Brasil, não podemos de forma alguma iniciar o ano com o Brasil dividido. [...] Temos que somar e agregar todos os brasileiros. Temos que ter desprendimento e grandeza para governar para todos", declarou.

Doria afirmou ainda que já telefonou ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para parabenizá-lo pela vitória e que agendou para esta semana um encontro presencial com o capitão reformado. "Falei com o presidente Bolsonaro. Uma conversa lúcida, tranquila e motivadora. Ficamos de ter um encontro no Rio essa semana. Dei votos (a ele) de um bom governo. Tenho convicção de que Bolsonaro será o presidente que vai pacificar o Brasil. E no que depender do Estado de São Paulo, nós vamos ajudar", afirmou.

Questionado ainda se o PSDB fará parte da base de apoio do governo Bolsonaro, Doria afirmou que seu posicionamento durante a campanha eleitoral, na qual apoiou o candidato do PSL, pode ser "distinto" do adotado a partir de agora, mas ressaltou que apoia as ideias de Paulo Guedes, possível ministro da Fazenda de Bolsonaro, e que apoiará as medidas do novo presidente enquanto "estiverem fazendo as coisas bem feitas".

Doria relatou ainda que recebeu telefonemas dos adversários derrotados: Paulo Skaf (MDB), derrotado ainda no primeiro turno, e o atual governador de São Paulo, Marcio França (PSB). "Recebi dois telefonemas e atendi com dignidade pela grandeza do gesto. É assim que se faz política: com grandeza, não é com ódio, não é com separação, é somando forças", afirmou.

Doria declarou ainda que vai diminuir o número de secretarias no governo, mas que criará pelo menos uma nova: a Secretaria do Interior. "No pacto federativo, essa secretaria terá uma responsabilidade muito grande no acompanhamento de destinação de recursos (para os municípios do interior)", afirmou.

Na fala, agradeceu a esposa, Bia Doria, e aliados e ressaltou que não sairá do PSDB. "Estou no PSDB desde 2001, não sou filiado de ocasião. São 18 anos de filiação e vou continuar no PSDB", disse, com bastante ênfase, recebendo aplausos dos militantes presentes.

Agradeceu ao ex-governador Geraldo Alckmin e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pelo apoio, mas afirmou não ter recebido ainda ligação de ambos para parabenizá-lo pela vitória. Admitiu que, com o enfraquecimento do PSDB nas eleições de 2018, a configuração política muda. "Logicamente a correlação de forças muda", disse.

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