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"E daí?", diz Bolsonaro após Brasil superar China em mortes por covid-19

Em 24 horas, Brasil registrou 474 mortes por coronavírus e total chega a 5.017

"Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente (Adriano Machado/Reuters)

"Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de abril de 2020 às 06h31.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 16h47.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na terça-feira 29 que lamenta, mas não tem o que fazer em relação ao novo recorde de mortes registrado em 24 horas, com 474 óbitos, ultrapassando a China no número total de óbitos pelo novo coronavírus.

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse Bolsonaro em referência ao próprio sobrenome.

Durante a entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, uma jornalista disse ao presidente: "A gente ultrapassou o número de mortos da China por covid-19..." Foi quando Bolsonaro respondeu que não poderia fazer nada.

O presidente perguntou, então, se havia algum veículo transmitindo ao vivo a entrevista e, ao ouvir que todos estavam passando a entrevista, disse lamentar a pandemia no país e se solidarizar com as vítimas.

"Tem alguém ao vivo aí? Todo mundo?", perguntou. "A gente lamenta a situação com o vírus, nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas, mas é a vida. Amanhã vou eu", disse.

"O vírus vai atingir 70% da população, infelizmente é uma realidade", previu o presidente, em entrevista concedida na portaria do Palácio do Alvorada, residência oficial, onde parou para cumprimentar apoiadores.

Bolsonaro ainda comentou sobre os efeitos da pandemia nos empregos com carteira assinada. "A gente não sabe os números. Já está na casa de milhões de empregos formais", disse.

Na terça-feira 28, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de mortes confirmadas por covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, ultrapassou a marca dos 5.000, chegando a 5.017. Na China, são 4.643.

Questionado se conversaria com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre a flexibilização do distanciamento social, Bolsonaro afirmou que não dá parecer e não obriga ministro a fazer nada.

(Com informações do Estadão Conteúdo, Reuters e Agência Brasil)

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