Publicado em 10 de outubro de 2025 às 11h42.
Última atualização em 10 de outubro de 2025 às 12h19.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que o novo modelo de crédito imobiliário é o maior da história do Brasil. A fala ocorreu durante o evento de lançamento da nova política de habitação para a classe média do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã desta sexta-feira, 10.
"Reforma tributária e sobre a renda serão um dos principais legados de Lula neste mandato", disse o ministro. "É a maior reforma do sistema de crédito da história desse país", afirmou.
De acordo com o governo federal, a nova política prevê uma reforma estrutural no uso da poupança para alavancar o crédito habitacional, modernizando as regras de direcionamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), com o objetivo de tornar o uso da poupança mais eficiente e ampliar a oferta de crédito imobiliário.
Na prática, o governo planeja redefinir a destinação dos depósitos compulsórios da poupança do SBPE, liberando parte dos recursos atualmente retidos pelo Banco Central para financiar moradias.
"Aqueles que tentando sabotar o Brasil irão prejudicar o país estão equivocados", disse Haddad durante o discurso. "Não se ganha eleição tentando sabotar o país; vamos seguir em frente e entregar o país muito melhor".
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o programa serve para contemplar a classe média que ainda não consegue utilizar os benefícios atuais de financiamento, mas também não possuem condições para comprar um imóvel sem auxílio.
"O que nós vamos tentar fazer é adequar as dificuldades econômicas das pessoas levando em conta a dignidade humana. É para isso que foi criado esse programa", afirmou o presidente.
Segundo Lula, o perfil de quem solicitar o financiamento deve ser levado em conta, considerando a metragem do imóvel e a localização.
Atualmente, 65% dos recursos captados pelos bancos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário; 15% estão livres para operações mais rentáveis e 20% ficam com o Banco Central na forma de compulsório.
O SBPE acumula cerca de R$ 750 bilhões. A expectativa é que a medida injete R$ 20 bilhões de imediato e até R$ 150 bilhões ao longo de 2026.
Em entrevistas recentes, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, afirmou que as mudanças visam oferecer uma alternativa de financiamento para a classe média, especialmente entre as famílias com renda de R$ 12 mil a R$ 20 mil.
O ministro também defende que a medida é necessária para evitar a retração no setor e o impacto negativo sobre o PIB brasileiro.
A previsão é que, com essa mudança, a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
*Matéria em atualização