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Dunga colecionou encrencas em quatro anos na seleção

Sua passagem pela CBF entre 2006 e 2010 foi marcado por muita polêmicas, brigas e bate-bocas

Disciplinador, Dunga cortou privilégios e afastou da seleção jogadores polêmicos (REUTERS/Pilar Olivares)

Disciplinador, Dunga cortou privilégios e afastou da seleção jogadores polêmicos (REUTERS/Pilar Olivares)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 11h25.

Rio - A passagem anterior de Dunga pela seleção como treinador teve duração de quase quatro anos - foi contratado em 24 de julho de 2006 e demitido em 4 de julho de 2010. Sob seu comando, o Brasil conquistou dois títulos (Copa América em 2007 e Copa das Confederações em 2009) e uma classificação tranquila para a Copa de 2010.

Seu período no cargo, que terminaria com a queda da equipe nas quartas de final do Mundial da África do Sul, também foi marcado por muita polêmicas, brigas e bate-bocas.

Dunga jamais havia trabalhado como técnico quando foi contratado por Ricardo Teixeira. Foi escolhido por ser disciplinador e ter espírito de liderança.

O então presidente da CBF deu a ele duas "missões" principais: renovar a seleção e colocar ordem na casa, depois da bagunça no período de preparação pré-Copa de 2006 em Weggis (Suíça), apontado como um dos principais motivos do fracasso em gramados da Alemanha.

A renovação não ocorreu. Jovens talentos como Neymar e Ganso, por exemplo, sequer foram testados antes da Copa de 2010. E, ao demitir o treinador, Teixeira reclamou de o Brasil ter tido a seleção mais velha do Mundial.

Por outro lado, Dunga cortou privilégios, afastou da seleção jogadores polêmicos e arranjou encrencas.

Também engoliu vários sapos. Em junho de 2008, num 0 a 0 com a Argentina no Mineirão pelas Eliminatórias, foi chamado de "jumento" pela torcida, que pediu sua demissão.

Para piorar, Teixeira anunciou no intervalo da partida estar convocando Ronaldinho Gaúcho para a Olimpíada de Pequim.

Dunga teve de aturar o meia nos Jogos - não queria levá-lo. Ronaldinho pouco fez e o Brasil foi bronze. Novamente ameaçado, atacou Vanderlei Luxemburgo, então cotado para o cargo.

"O Vanderlei já esteve na seleção, teve um ano para preparar a seleção olímpica e não trouxe medalha (em 2000)."

Na Copa, fechou a seleção, xingou o jornalista Alex Escobar, da TV Globo, durante uma coletiva, e depois atacou Cruyff - o holandês criticou o estilo do Brasil e disse que não pagaria para ver o time jogar. "Ele deve ter ingressos de graça da Fifa e, por isso, não paga."

Demitido, disse que assumiu tarefas que não eram suas e, por isso, envolveu-se em polêmicas, numa crítica indireta a Ricardo Teixeira, que teria sido omisso na visão do técnico.

Em 2013, treinou o Inter por oito meses. Foi campeão gaúcho, brigou com jornalistas e acusou os juízes de terem combinado que iriam prejudicá-lo. Em um jogo com o Botafogo, no Maracanã, por pouco não agrediu um gandula, que, em sua visão, fazia cera.

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