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Duda contesta versão da J&F sobre repasse de R$ 2 mi

Executivos afirmaram que o repasse seria para cobrir gastos da campanha do presidente da FIESP, Paulo Skaf (PMDB), ao governo de São Paulo, em 2014.

 (Facebook/Divulgação/Divulgação)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2017 às 09h16.

Última atualização em 5 de agosto de 2017 às 09h18.

Brasília - O marqueteiro Duda Mendonça contestou a versão dada pelo empresário Joesley Batista e por Ricardo Saud, diretor da JBS, para um pagamento de R$ 2 milhões que recebeu do Grupo J&F.

Os executivos afirmaram em seus acordos que o repasse, por meio da contratação de uma empresa de Duda, teria como finalidade cobrir gastos da campanha do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf (PMDB), ao governo de São Paulo, em 2014.

O marqueteiro, por sua vez, disse que recebeu por conta de serviços prestados para a pré-campanha do irmão de Joesley, João Batista Júnior, conhecido como Júnior Friboi, ao governo de Goiás.

Ex-marqueteiro do PT, Duda Mendonça assinou acordo de delação com a Polícia Federal que aguarda homologação no Supremo Tribunal Federal. É a primeira vez que uma colaboração firmada pela PF chega ao STF, onde já tramita uma ação proposta pela Procuradoria-Geral da República que sustenta que é inconstitucional que a polícia celebre os acordos.

O documento ao qual o Estado teve acesso mostra em 58 tópicos as explicações sobre os valores recebidos pelo marqueteiro por serviços que teriam sido prestados ao grupo J&F.

Uma planilha entregue por Saud à PGR indica "R$ 2 milhões, campanha Paulo Skaffi (sic), autorizado por Temer, pagar para empresa JEMC, escritório de consultoria de Duda Mendonça, publicitário do mesmo".

A mesma nota fiscal utilizada por Saud como prova do repasse da J&F para pagar despesas da campanha de Skaf é citada por Duda para justificar valores recebidos por serviços prestados ao irmão de Joesley, João Batista Júnior. O empresário foi filiado ao PMDB, chegou a se colocar como pré-candidato ao governo de Goiás, em 2014, mas desistiu da disputa.

Os advogados de Duda narram que o repasse de R$ 2 milhões do Grupo J&F para a empresa JECM é proveniente de um contrato firmado em 24 de fevereiro de 2014.

Os contatos para a contratação por Júnior Friboi, segundo Duda, começaram entre junho e julho de 2013 e foram efetuados pelo próprio Joesley. Como prova, Duda anexou ao documento trocas de e-mails e mensagens com Joesley e com terceiros que prestaram os serviços para a pré-campanha de Júnior Friboi.

Defesas

Em nota, Skaf disse que "não recebeu nenhum tostão do Grupo JBS" na eleição de 2014. O presidente da Fiesp afirmou ainda que todos os gastos e doações da campanha foram declarados à Justiça Eleitoral.

Também por meio de nota, o grupo J&F disse que "os colaboradores já apresentaram informações e documentos à Procuradoria-Geral da República e continuam à disposição para cooperar com a Justiça".

A defesa de Duda Mendonça não respondeu aos contatos da reportagem.

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