Marginal Pinheiros: A medida é válida somente entre a Avenida dos Bandeirantes e a Ponte dos Remédios (Marco Santos/Agência USP)
Talita Abrantes
Publicado em 3 de outubro de 2016 às 12h46.
São Paulo – Em entrevista à rádio Estadão na manhã de hoje, João Doria (PSDB), eleito prefeito de São Paulo neste domingo, prometeu revogar a redução da velocidade das marginais já na segunda semana do início de seu mandato, em janeiro de 2017.
Com isso, segundo ele, as pistas expressas, cujo limite de velocidade hoje é de 70 km/h, passarão a ter velocidade máxima de 90 km/h. As centrais, de 60 km/h para 70 km/h, e as pistas locais passam dos atuais 50 km/h para 60 km/h.
Especialistas consultados por EXAME.com na época em que o limite das velocidades foi reduzido nas marginais afirmaram que uma série de experiências ao redor do globo provam que um limite menor de velocidade, de fato, pode levar à diminuição do número de acidentes graves.
Na França, onde a velocidade máxima nas zonas urbanas foi reduzida de 60 km/h para 50 km/h, estima-se que cerca de 14 mil acidentes fatais e 580 mortes tenham sido evitados só nos primeiros dois anos após a aplicação da medida, de acordo com dados de um estudo da Embarq. Na Austrália, um projeto semelhante freou em 40% o número de mortes de pedestres ao longo de uma década.
"Quando você diminui a velocidade de uma via, a distância de frenagem que o motorista precisa ter para parar o carro se houver um imprevisto é menor e isso diminui a repercussão dos acidentes”, disse Ronaldo Balassiano, professor de engenharia de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na prática, carros mais lentos nem sempre garantem menos acidentes. O que muda, de fato, é o grau de gravidade das colisões ou atropelamentos. Assim, para cada redução de 5% na velocidade média, estima-se que o risco de acidentes fatais diminui em 30%.
Trocando em miúdos: se um veículo que trafega a 40 km/h atropelar um pedestre, a chance de que a vítima morra é de 35%. Se o veículo estiver rodando a 60 km/h, o risco de morte sobe para 98%, de acordo com estimativa feita Organização Pan-Americana da Saúde.
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