Rio Pinheiros: projeto de Doria pretende despoluir o rio até 2022, além de recuperar as margens (Eduardo Frederiksen/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 5 de junho de 2019 às 15h35.
Última atualização em 5 de junho de 2019 às 15h38.
O governador de São Paulo, João Doria, reafirmou nesta quarta (5), no Dia Mundial do Meio Ambiente, o compromisso da administração estadual na despoluição completa do rio Pinheiros até dezembro de 2022. O projeto também inclui a recuperação das margens.
Os testes com dois barcos coletores de resíduos flutuantes, os chamados Ecoboats, começaram nesta quarta-feira, à altura da Usina Traição, perto da Ponte Ary Torres. As embarcações de 2,80 metros de largura, sete metros de comprimento e quatro toneladas vão operar por 30 dias sem custo para a administração. Se a tecnologia for aprovada, será avaliada a possibilidade de aquisição dos barcos.
Segundo o governador, o espaço onde está a Usina Traição - que passará a se chamar Usina São Paulo - será concedido ao setor privado em 2021. O projeto de concessão será apresentado no próximo ano.
"Uma parte dos recursos para a despoluição do rio é do Estado, colocada em orçamento, outra parte é de recursos privados, a partir da concessão de algumas áreas para exploração do transporte turístico de passageiros aqui no Rio Pinheiros."
Doria disse que a usina continuará funcionando, mas os demais espaços se tornarão públicos, utilizados para lazer e entretenimento, com cafés e restaurantes.
"É uma área bonita, é um prédio antigo, da década de 40, que recuperado e explorado pelo setor privado oferecerá uma ótima oportunidade de entretenimento e uma marca importante para São Paulo. A dimensão desse espaço e sua localização poderá transformar a usina em um Puerto Madero paulistano", disse Doria.
Puerto Madero é um dos bairros de Buenos Aires, capital da Argentina, localizado às margens do Rio da Prata, sendo um dos locais mais valorizados da cidade.
De acordo com o governador, o projeto é atrativo para a iniciativa privada porque a oportunidade de exploração do transporte de pessoas representa a possibilidade de geração de receita, com a utilização por milhares de pessoas, com mais vantagem e velocidade do que a utilização das marginais. "As estações de embarque e desembarque também serão de exploração privada, com a utilização de publicidade e o pagamento do transporte de passageiros no volume que cabe a um rio cujas marginais transportam 3,5 milhões de pessoas diariamente."
Durante o período em comemoração à Semana do Meio Ambiente, duas esculturas feitas com sucata, sendo uma em formato de peixe e a outra, de capivara, preenchidas com o material recolhido nas ecobarreiras do Rio Pinheiros, ficarão expostas para chamar a atenção da população para o descarte correto dos resíduos. E também para lembrar que alguns dos materiais demoram dezenas de anos para se decompor.
"As esculturas serão preenchidas com lixo do Rio Pinheiros para mostrar à população que fomos nós que jogamos, que nós somos os responsáveis pela poluição. Precisamos conscientizar para que não se suje mais o rio. E o nosso trabalho é não deixar que a sujeira chegue, e recuperar a beleza que temos aqui, para que esse espaço tenha maior atratividade", afirmou o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.
A segunda etapa de despoluição de rios abrange também o Tietê, que começará o processo enquanto o projeto estiver em andamento no rio Pinheiros. Já foi firmado um contrato com a cidade de Guarulhos, que fica na região metropolitana de São Paulo, e é uma das que mais polui o Tietê. "O projeto do Tietê é de oito anos e, nesse período, ele também estará despoluído, como compromisso do governo do Estado e igualmente de municípios do entorno do rio", disse Doria.