Brasil

Doria nomeia procurador do município para lugar de Denise no Ilume

A antecessora no cargo foi demitida após mencionar supostas propinas na PPP da Iluminação, contrato de R$ 6,9 bilhões da Prefeitura

Doria: a nomeação será publicada no Diário Oficial da Cidade desta quinta-feira (Adriano Machado/Reuters)

Doria: a nomeação será publicada no Diário Oficial da Cidade desta quinta-feira (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2018 às 18h43.

Apenas algumas horas depois de exonerar Denise Abreu o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), indicou o procurador municipal Paulo Nanini nesta quarta-feira, 21, como novo diretor do Departamento de Iluminação Pública (Ilume). Ele assumirá o Ilume após vir a público um áudio onde sua antecessora menciona supostas propinas na PPP da Iluminação, contrato de R$ 6,9 bilhões da Prefeitura.

A nomeação de Nanini será publicada no Diário Oficial da Cidade desta quinta-feira, 22. O novo diretor é procurador municipal há 20 anos e ocupou as assessorias jurídicas das secretarias da Saúde, Habitação, Serviços e Cultura. Seu último cargo foi como superintendente do Serviço Funerário do Município de São Paulo.

Doria também determinou investigação a respeito do caso pela Controladoria Geral do Município e afirmou que a Prefeitura vai colaborar com os trabalhos do Ministério Público, que investiga o caso.

Exonerada nesta quarta-feira, 21, Denise menciona, em áudio de conversa com uma secretária do departamento, que seria o "último mês" de pagamento porque a empresa não teria "mais contrato".

"Eu vou te dar os seus três .. Mas a empresa [FM Rodrigues] não tem mais contrato e eu não vou ter como arcar daqui pra frente com isso. É o último mês. Simplesmente não tem como"

A Prefeitura assinou no último dia o contrato com o Consórcio FM Rodrigues/CLD, vencedor da Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação Pública.

A empresa deverá assumir programa de modernização do parque de iluminação da capital paulista em uma concessão de 20 anos.

A concorrente da FM Rodrigues era o consórcio Walks, integrado pela WPR Participações - do grupo WTorre -, a Quaatro e a KS Brasil Led Holdings.

A proposta da Walks foi de R$ 23,25 milhões por mês, ante R$ 30,158 milhões ofertados pelo concorrente FM Rodrigues.

Diversas batalhas judiciais foram travadas entre as concorrentes e a Prefeitura excluiu a Walks do certame por considerar que uma das empresas do consórcio é controladora da Alumini, empresa declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União.

No áudio, gravado antes do resultado da licitação, a diretora da Ilume, Denise Abreu, afirma ser um "escândalo" a possibilidade de a WTorre - do consórcio Walks - vencer a licitação, e se diz "inimiga da empresa".

 

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoSão Paulo capitalPrefeiturasJoão Doria Júnior

Mais de Brasil

Prejuízos em cidade destruída por tornado no PR passam de R$ 114 milhões

Moraes suspende inquérito sobre remoção de corpos após megaoperação no Rio

PF diz que sofrerá restrições 'significativas' com relatório de Derrite do PL antifacção

Governo do PR coloca presos para reconstruir escolas atingidas por tornado