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Doria negocia empréstimo de R$ 1 bi com BNDES para recapear ruas

Será o primeiro empréstimo tomado pela Prefeitura com o banco desde a gestão Marta Suplicy (PMDB), encerrada em 2004, segundo Doria

João Doria: na visão de investidores consultados pela XP, prefeito de São Paulo seria "reformista" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

João Doria: na visão de investidores consultados pela XP, prefeito de São Paulo seria "reformista" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de julho de 2017 às 09h27.

Dubai - A gestão do prefeito João Doria (PSDB-SP) negocia um empréstimo de R$ 1 bilhão com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para começar, ainda neste ano, um programa de recapeamento de 6 milhões de metros quadrados de asfalto nas ruas de São Paulo. Agentes do banco e da Prefeitura devem ter reuniões para decidir os termos do acordo na próxima semana.

Será o primeiro empréstimo tomado pela Prefeitura com o banco desde a gestão Marta Suplicy (PMDB), encerrada em 2004, segundo Doria. O prefeito disse que fez o pedido da cifra de R$ 1 bilhão ao presidente do banco de fomento, Paulo Rabelo de Castro, durante almoço que ambos tiveram na última sexta-feira. "Não sei se eles vão dar essa quantia, mas é ela que pedimos", disse o tucano. A reportagem não conseguiu contato com o BNDES neste sábado.

Doria ofereceu como garantias ao empréstimo o plano de desestatização lançado no primeiro semestre. O prefeito está em viagem à China nesta semana para apresentar os projetos a investidores estrangeiros. A equipe de Doria já havia identificado a necessidade de enfrentar o problema do asfalto da cidade de forma mais enfática. O acordo prevê que recursos obtidos com outorgas e outros pagamentos referentes ao plano garantiriam o retorno do empréstimo ao banco.

Fechado o acordo, Doria pretende anunciar o recapeamento como "o maior da história da cidade". "Asfalto é um investimento social. Todos usam, quem está de carro, quem está de ônibus", disse. As vias recapeadas deixarão de ter lombadas, ainda de acordo com o plano do prefeito: onde houver necessidade, serão instaladas lombofaixas, faixas de pedestre elevadas, que já existem por exemplo em ruas que dão acesso às Marginais do Tietê e do Pinheiros.

O prefeito estima que os serviços poderiam começar tão logo os recursos sejam liberados, uma vez que a contratação das obras é feita por licitação simples, do tipo tomada de preços, sem necessidade de grandes projetos. A cidade conta com uma usina de asfalto, localizada na Barra Funda, zona oeste, que seria desativada. Em seu terreno, área de operação urbana, a Prefeitura pretende construir moradias populares.

Originalmente, o plano de metas da Prefeitura, apresentado à Câmara Municipal há três semanas, previa o recapeamento de 400 quilômetros de vias até 2020, por meio de um programa chamado Asfalto Novo. A cidade tem 17 mil quilômetros de vias.

O custo previsto no plano era de R$ 480 milhões em serviços de custeio, sendo que R$ 310 milhões viriam do Tesouro municipal. O plano previa que a Prefeitura prospectasse parcerias que pudessem ampliar a quantidade de vias recapeadas. "Essa negociação é muito maior do que o plano de metas", disse o prefeito.

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