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Doria: multa e prisão por descumprir isolamento são última alternativa

Governador ainda afirmou que multas já vêm sendo aplicadas pelas prefeituras do Estado a comerciantes que estão abrindo de forma irregular

João Doria: "Eu não gostaria, como governador, ter que declarar que vamos ter que prender pessoas pelo fato de estarem fazendo aglomerações" (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

João Doria: "Eu não gostaria, como governador, ter que declarar que vamos ter que prender pessoas pelo fato de estarem fazendo aglomerações" (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de abril de 2020 às 12h08.

Última atualização em 15 de abril de 2020 às 12h08.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou nesta quarta-feira, 15, que não descarta a possibilidade de um endurecimento das medidas para garantir o isolamento social decretado no Estado em razão do novo coronavírus.

No entanto, o governador aponta medidas como aplicação de multa ou prisão para quem descumprir a quarentena como "última alternativa". A afirmação foi feita durante o programa Jornal Eldorado, transmitido pela Rádio Eldorado.

"Nós temos que apelar muito para a consciência das pessoas, muito. A questão do endurecimento é uma alternativa, mas ela é a última delas. Eu não gostaria, como governador, ter que declarar que vamos ter que prender pessoas pelo fato de estarem fazendo aglomerações", declarou Doria.

O governador ainda afirmou que multas já vêm sendo aplicadas pelas prefeituras do Estado a comerciantes que estão abrindo de forma irregular. Ressaltou, contudo, que o fechamento dos estabelecimentos tem sido feito de forma dialogada, sem uso de força policial, e que não há casos de reincidentes até o momento.

"Temos que tentar pelo convencimento, essa é a nossa orientação. Mas sempre lembrando: se for necessário por orientação da ciência, dos médicos que compõem os comitês de saúde, teremos que usar outras medidas", afirmou Doria.

Ainda de acordo com Doria, o fundamental no momento atual da pandemia é que a população tome consciência de que a proteção da vida é prioridade.

"É fundamental que a população seja solidária. Solidária com ela própria. Quanto menos pessoas estiverem fazendo a quarentena, ou seja, obedecendo a orientação de isolamento social, maior o risco será dessas próprias pessoas se contaminarem, e sendo contaminadas, o risco de morte é algo bastante claro", disse.

O governador afirmou ainda entender que manter as medidas de isolamento é um desafio para todos, mas ressaltou que o protocolo segue as recomendações das comunidades médica e científica, e que está sendo adotada por quase todos os países afetados pela crise.

"Nós temos 146 países no mundo com o coronavírus neste momento. Desses 146, em 143, a presidência da República, ou seja, os líderes desses países, orientaram seus cidadãos a fazerem o isolamento social. Apenas três países não tiveram essa orientação oficial, o Brasil e outros dois países que integram a antiga república soviética."

Mandetta

Questionado sobre sua avaliação quanto a fala do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que afirmou nesta terça-feira, 14 que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, "cruzou a linha da bola" na entrevista no domingo ao Fantástico, da TV Globo, quando disse que a população não sabe se deve acreditar nele ou no presidente Jair Bolsonaro, o governador afirmou que preferia não comentar: "Não me cabe."

Sem entrar na questão de governo, porém, Doria acabou classificando o ministro da saúde como sério, técnico, dedicado e muito importante para o programa de combate ao coronavírus. "As orientações dele, dos seus secretários executivos e dos membros do ministério têm sido corretas, baseadas na ciência, na medicina e nas informações adequadas para orientar a população", afirmou.

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