Brasil

Doria e Alckmin retomam ação para despoluir Tietê

Despoluição do rio Tietê começou há 25 anos e já consumiu cerca de US$ 3,5 bilhões

Poluição no Tietê: parceria entre estado e prefeitura é essencial para limpar o rio, mas foi interrompida em 2013 (Prefeitura de Salto/Divulgação)

Poluição no Tietê: parceria entre estado e prefeitura é essencial para limpar o rio, mas foi interrompida em 2013 (Prefeitura de Salto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de março de 2017 às 09h08.

São Paulo - Quatro anos após ter sido paralisado, o programa de limpeza de córregos da capital paulista está sendo retomado em uma ação conjunta entre o governo Geraldo Alckmin e a gestão do prefeito João Doria, ambos do PSDB.

A parceria, que foi lançada em 2007 e abandonada em 2013, é considerada essencial para o projeto de despoluição do Rio Tietê, que começou há 25 anos e já consumiu cerca de US$ 3,5 bilhões.

Inicialmente, o foco será recuperar 89 dos 149 córregos que foram despoluídos pelo programa desde 2007, a um custo de R$ 240 milhões. Segundo a Prefeitura, 47 estão há anos sem passar por ação de zeladoria, como corte de mato e remoção de lixo, 22 estão com suas margens ocupadas por moradias irregulares e 20 voltaram a ficar com a água poluída, por falta de manutenção e fiscalização durante a gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

Um dos exemplos é o córrego do Curtume, que fica no bairro da Lapa, zona oeste paulistana. Como prevê o escopo do programa, o canal foi despoluído e revitalizado para receber um parque linear no entorno, mas a área foi ocupada por sem-teto, que voltaram a poluir o leito com lixo e esgoto.

"A maior parte desses 149 córregos foi despoluída entre 2007 e 2009 e depois não recebeu a devida manutenção com serviços de zeladoria. Vamos retomar o programa com foco nesses córregos que retrocederam e depois ir avaliando a inclusão de outros no programa", disse o secretário municipal de Prefeituras Regionais, Bruno Covas. Segundo ele, os próximos alvos devem ser os Córregos Uberaba, Casa Verde 1 e Casa Verde 2, na zona norte.

O Programa Córrego Limpo é coordenado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), controlada pelo governo Alckmin. Na divisão de tarefas, cabe à estatal mapear, inspecionar e realizar a manutenção dos coletores de esgoto, conectar os domicílios à rede, monitorar a qualidade das águas e conscientizar a população sobre a importância de se preservar os córregos.

Segundo a Sabesp, cerca de 1,5 mil litros de esgoto que eram despejados a cada segundo nos córregos que cortam a cidade e desembocam no Tietê passaram a ser coletados pela companhia e tratados antes de serem lançados no rio, beneficiando 2,2 milhões de pessoas.

Já a Prefeitura é responsável pela limpeza do leito e das margens dos córregos, como corte de mato e retirada de entulho, manutenção de galerias pluviais e bocas de lobo, fiscalização de imóveis que não estejam conectados às redes coletoras e remoção de moradores irregulares no entorno.

De acordo com a Sabesp, a parceria não foi renovada em 2013, início da gestão Haddad, o que comprometeu a expansão do programa. Em 2007, a meta era despoluir 328 córregos em dez anos. Ainda assim, a estatal informou ter investido R$4,8 milhões para zeladoria e monitoramento de córregos já despoluídos no ano passado.

A assessoria de Haddad afirmou que o programa Córrego Limpo foi suspenso na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), atual ministro das Comunicações, e tinha interesse em retomar as ações. Segundo a assessoria, isso não possível "por causa de uma série de dificuldades impostas pela Sabesp", que teve de lidar com a crise hídrica entre 2014 e 2015 e não considerou a retomada do programa uma prioridade.

Retomada

Agora, na retomada do programa, Alckmin e Doria devem assinar, na próxima semana, um novo termo de cooperação entre Estado e Prefeitura que prevê uma cláusula de obrigatoriedade de adesão, na qual cada um se compromete a cumprir suas responsabilidades na limpeza de córregos. "A grande novidade dessa nova etapa do programa é a garantia de que o Córrego Limpo terá continuidade, ainda que mudem as gestões do Estado e do município", disse Alckmin. A celebração deve ocorrer às margens do Córrego Cruzeiro do Sul, em São Miguel Paulista, zona leste, que foi despoluído recentemente pela Sabesp.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminJoão Doria JúniorMeio ambientePoluiçãosao-paulo

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP