Aécio Neves: dos 34 membros da Executiva Nacional, 30 votaram contra a expulsão (Evaristo Sá/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de agosto de 2019 às 06h27.
Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 06h27.
São Paulo — O governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), condenou a decisão da Executiva Nacional do PSDB de rejeitar a expulsão do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) do partido.
"Respeito a votação, mas ela não reflete o sentimento da opinião pública brasileira. Cada membro da Executiva deve responder por sua posição. A minha é clara: Aécio Neves deve se afastar do PSDB e fazer sua defesa fora do partido. O derrotado neste caso não foi quem defendeu o afastamento de Aécio. Quem perdeu foi o Brasil", disse Doria em nota.
O presidente do diretório estadual do PSDB, Marco Vinholi, também emitiu nota condenando a decisão.
"A decisão da Executiva Nacional de arquivar a representação contra o deputado Aécio Neves não representa uma derrota de São Paulo, muito menos do governador João Doria ou do prefeito de São Paulo, Bruno Covas. É, isto sim, uma derrota do PSDB, que optou por ficar do lado errado da história. Mantemos nossa posição de trabalhar pela construção de um partido firme, ético e que represente os anseios do povo brasileiro", disse.
O movimento para expulsar Aécio é parte do que Doria chamou de “faxina ética” no PSDB, que ano passado teve o pior desempenho eleitoral de sua história.
Há o temor de que a permanência de Aécio no partido atrapalhe os planos eleitorais de Doria, para a Presidência em 2022, e de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, que disputará a recondução ao cargo nas eleições do ano que vem.
O presidente do partido, Bruno Araújo, disse que a decisão foi democrática e negou significasse uma derrota a Doria. “João Doria é um aliado e um pré-candidato a presidente de todos nós no partido. É uma discussão aparteada de relações pessoais e políticas”, disse.
Em uma reunião que durou cerca de cinco horas nesta quarta-feira (20), o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) apresentou seu parecer contra a representação feita pelos diretórios municipal e estadual do partido em São Paulo que pedia a saída do ex-candidato à Presidência da República.
Sabino considerou que não havia motivos e pediu pela rejeição. “Deputado não tem nenhuma condenação”, disse. “Partido não tem motivos para fazer a expulsão”, disse.
A maioria dos membros presentes votou com o relator e, com isso, o pedido foi rejeitado. Foram 30 votos a favor. Apenas quatro foram contra o relatório e pediram para que o processo de expulsão fosse aberto.