Parque Augusta: construtoras querem receber o dobro do valor pago pelo terreno, onde planejam construir torres de 45m de altura (Divulgação/Facebook/Parque Augusta/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2016 às 09h27.
São Paulo - O prefeito eleito João Doria (PSDB) indicou na terça-feira, 4, que, se depender do seu governo, a criação do Parque Augusta, na região central, não sairá do papel.
"A Prefeitura não vai gastar dinheiro público nisso, dinheiro que precisa ser priorizado em saúde e educação. Quero deixar bem claro que não comprarei terreno para fazer praça ou parque."
A afirmação de Doria abre mais um capítulo na novela que se tornou o projeto de abrir à população o terreno de 23,7 mil metros quadrados entre as Ruas Caio Prado e a Marquês de Paranaguá.
As construtoras Setin e Cyrela, proprietárias da área, exigem ao menos R$ 120 milhões da Prefeitura para abrirem mão de um projeto que prevê a construção de quatro torres de 36 a 45 metros de altura no local - projeto já aprovado pelo órgão do patrimônio municipal.
O valor pedido representa o dobro do pago em janeiro de 2014 e não foi aceito pela gestão Fernando Haddad (PT).
"Essa alternativa (de pagar a desapropriação) é zero. Agora, o entendimento com os proprietários nós podemos ter, para que parte da área possa ser aberta à população", disse.
Para a presidente da Sociedade Amigos e Moradores Cerqueira César, Célia Marcondes, o prefeito eleito está "equivocado". "A gente nunca vai desistir. Esse parque é imprescindível."
O empresário Elie Horn, dono da Cyrela, aparece como doador de R$ 100 mil para a campanha de Doria. Ele também financiou o mesmo valor a Celso Russomanno (PRB), Marta Suplicy (PMDB) e Haddad. A assessoria de Doria nega que a decisão será tomada levando em conta interesses privados.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.