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Doria diz que gostaria que Lula disputasse eleições em 2018

O prefeito afirmou que o petista precisa perder no voto para que compreenda "que a nação não está com ele"

João Doria: em outra referência a Lula, Doria afirmou que a administração de São Paulo não troca "atitude cidadã" por "cisne ou tríplex" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

João Doria: em outra referência a Lula, Doria afirmou que a administração de São Paulo não troca "atitude cidadã" por "cisne ou tríplex" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2017 às 13h39.

Última atualização em 12 de maio de 2017 às 13h40.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira, 12, que é melhor que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispute as eleições em 2018 e perca do que seja condenado na Operação Lava Jato a ponto de não poder ser elegível no pleito.

O prefeito, que tem o nome cogitado como presidenciável, embora negue que seja candidato, afirmou que o petista precisa perder no voto para que compreenda "que a nação não está com ele".

Doria deu uma palestra em evento da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e, em entrevista coletiva, disse que não estava defendo uma postergação de decisão judicial em relação a Lula.

"Eu defendo que a Justiça faça o que tenha que fazer, principalmente depois de uma Operação como a Lava Jato", disse. "Que se faça Justiça. Agora, seria bom que o Lula disputasse, até para perder e compreender que o Brasil não está com ele. Ele diz que está, mas a nação não está com Lula", afirmou o prefeito. Na palestra, o tucano defendeu que, após a eleição, "aí sim" a Justiça tome uma decisão sobre o petista.

Na palestra, fazendo referências a Lula, Doria defendeu seu estilo de governar e disse que não precisava usar "nome do filho ou da esposa morta" para se justificar.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nessa quarta-feira, 10, Lula atribuiu à ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, a intenção de comprar o tríplex no Guarujá (SP), objeto da ação penal que responde na Justiça.

O prefeito de São Paulo, mais uma vez, fez uma forte defesa do modelo adotado por ele de pedir doações a empresas privadas e usar os recursos no setor público. "Dizem que tem alguma coisa por trás nas doações, mas aqui não é PT", declarou.

Em outra referência a Lula, Doria afirmou que a administração de São Paulo não troca "atitude cidadã" por "cisne ou tríplex". O prefeito foi aplaudido pelo público, composto por empresários, nos momentos em que fez ataques ao ex-presidente.

PSDB

Depois de dizer que não havia problema em ficar de fora do programa do PSDB que foi ao ar na quinta-feira, 11, na televisão e no rádio, o tucano afirmou não ter sido consultado pelo partido sobre a propaganda.

Na palestra, Doria disse que ficou de fora "talvez porque ficaram com medo" e, na entrevista, negou que a declaração era sobre os dirigentes partidários. "Não fiz essa referência aos dirigentes do PSDB, apenas um registro. Não tenho obrigação de estar em programa nenhum, a minha obrigação é ser prefeito de São Paulo."

Temer

O prefeito João Doria disse ainda que recebeu "de forma simpática" a crítica do presidente Michel Temer (PMDB) na semana passada, quando o peemedebista afirmou que "não existe essa história de dizer 'não sou político'".

"Eu não contesto nem o presidente Temer nem outros que fazem essa observação. Mas eu não sou político, tenho que falar a verdade. Eu estou na política, e isso não implica nenhum desrespeito com os políticos", disse. Na palestra, Doria disse que poderia receber críticas de quem quisesse criticá-lo pelo jargão, mas que continuaria sendo um "gestor".

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