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Doria disponibilizará 10 mil bicicletas compartilhadas em 1 ano

O prefeito de São Paulo assinou um decreto nesta quinta-feira (21) com diretrizes para o sistema que empresta bicicletas na cidade

Doria: o novo modelo é semelhante ao que já é utilizado pela Prefeitura para apps como Uber, Cabify e 99 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Doria: o novo modelo é semelhante ao que já é utilizado pela Prefeitura para apps como Uber, Cabify e 99 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 19h36.

São Paulo - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tem o objetivo de disponibilizar 10 mil bicicletas no sistema de compartilhamento em um ano.

O tucano assinou um decreto nesta quinta-feira, 21, com diretrizes para o sistema que empresta bicicletas na capital paulista.

O novo modelo é semelhante ao que já é utilizado pela Prefeitura para aplicativos como Uber, Cabify e 99.

O objetivo é que, na primeira etapa de credenciamento, as 10 mil bicicletas estejam disponibilizadas pelas empresas. As operadoras atuais terão 180 dias para se adaptar às novas diretrizes.

O projeto apresentado nesta quinta segue os parâmetros criados no ano passado para regulamentar os aplicativos de transporte individual na capital.

Desde que sigam as exigências determinadas pela Prefeitura - neste caso, as regras detalhadas ainda serão discutidas pelo CMUV -, as empresas podem se credenciar para prestar o serviço como Operadora de Tecnologia de Transporte Credenciada (OTTC).

Este modelo, na prática, dispensa licitação e exclusividade, abrindo a participação para credenciamento de qualquer empresa interessada.

O projeto prevê a possibilidade de pegar uma bicicleta e pernoitar, devolvendo somente no dia seguinte.

Segundo o secretário de Transportes e Mobilidade, Sergio Avelleda, a ideia é utilizar o modal como transporte das estações de metrô e trem, e dos terminais de ônibus, até as casas dos usuários.

"É difícil sair do Grajaú e vir para o centro de bicicleta. Poucos tem a habilidade física para isso. Mas sair do Grajaú com destino ao Terminal Grajaú, para fazer sua primeira perna de bicicleta e a segunda no transporte público, é muito factível", diz Avelleda.

Segundo o secretário, o serviço será bancado por empresas privadas, sem recursos da Prefeitura. Informações detalhadas sobre as exigências da administração municipal às operadoras interessadas em integrar o sistema serão definidas na próxima semana pelo Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV).

Entre as diretrizes apresentadas nesta quinta, está a exigência de disponibilidade do pagamento com bilhete único - já disponível, por exemplo, no principal sistema de compartilhamento da cidade, o BikeSampa.

"Não será permitido que as empresas exijam que apenas quem tem cadastro bancário, a população 'bancalizada', possa ter acesso ao sistema", disse Avelleda. De acordo com Doria, "gradualmente" o cartão será substituído pelo celular, "que vai ser o elemento que vai liberar as bicicletas".

Como o jornal O Estado de S. Paulo informou há duas semanas, o uso do BikeSampa caiu 41,8% em um ano passando de 703 mil viagens, entre agosto de 2015 e julho de 2016, para 409 mil, entre agosto do ano passado e julho de 2017.

Também caiu o número de viagens do sistema de aluguel CicloSampa. Bicicletas quebradas, dificuldade para retirá-las das estações e falta de pontos estão entre as queixas.

Fora do centro

O decreto também prevê que as empresas ofereçam bicicletas em bairros mais afastados. Hoje o compartilhamento de bicicletas está concentrando na região central e na zona oeste da capital.

Outra exigência é que as estações de retirada e devolução sejam instaladas próximas a terminais de ônibus e estações do Metrô e da CPTM.

A Prefeitura não deu detalhes sobre as áreas da cidade com maior demanda pelo serviço ou porcentagem de estações que precisarão ser instaladas nas áreas periféricas.

Para Rene Fernandes, diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), o decreto é "extremamente vago".

"O texto fala de alguma forma que devemos ter uma distribuição geográfica pela cidade, mas não especifica como tem de ser essa distribuição geográfica. Também por estar vago, o texto permite uma sobreposição de sistemas diferentes em uma mesma região da cidade, o que pode eventualmente causar uma saturação em algumas regiões e uma falta em outras (regiões) se não for bem regulamentado com as resoluções posteriores", disse.

Fernandes lamenta que a administração municipal não tenha aberto o processo para contribuições por consulta pública, recomendação feita pela entidade e pela Câmara Temática de Bicicleta, grupo criado para auxiliar o Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT), da Prefeitura.

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