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Doria culpa a chuva pela falta de público na Virada Cultural

O prefeito disse que não compareceu ao evento pois tinha outros compromissos, incluindo a megaoperação feita na Cracolândia na manhã de domingo

João Doria: "Foi São Pedro", disse o prefeito sobre a chuva durante o evento (Prefeitura de São Paulo/Divulgação)

João Doria: "Foi São Pedro", disse o prefeito sobre a chuva durante o evento (Prefeitura de São Paulo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 17h01.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 17h36.

O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) culpou a chuva e o "tempo ruim" pelo chamado "esvaziamento" da Virada Cultural, que foi realizada neste fim de semana na capital paulista.

"Foi São Pedro quem mandou chuva e frio. Nessas 24 horas de evento, 14 foram de chuva e tempo ruim. Por este motivo, tinha bem menos gente no domingo. No sábado, quando não houve chuva, a Virada funcionou muito bem", disse Doria na manhã desta segunda-feira, 22, em uma coletiva de imprensa realizada na sede da Prefeitura de São Paulo.

Ainda de acordo com o prefeito, ele não compareceu ao evento pois tinha outros compromissos, incluindo a megaoperação feita na Cracolândia na manhã de domingo, que resultou na prisão de 38 traficantes.

"Eu tinha outro compromisso para cumprir, que era a missão da Cracolândia. Essa, com todo respeito, é uma missão mais importante do que a Virada Cultural. Aliás, ela estava sob um ótimo comando com o secretário da Cultura, André Sturm", complementou ele.

Esvaziamento

Na coletiva realizada na noite do último domingo, 22, André Sturm não admitiu que houve público menor e disse que vai aguardar os números oficiais, que devem ser divulgados ainda nesta segunda-feira, 22. Sobre a pouca adesão no Autódromo de Interlagos, ele também culpou a chuva.

"Se eu tivesse filho pequeno, eu não levaria para Interlagos, levaria para um cinema, um teatro ou em lugares fechados. Entre levar o filho ao shopping para comer um Bob's e assistir a um cinema e ir para o autódromo aberto, com chuva, levaria ao shopping."

Ele admitiu, porém, que algo deu errado no Anhembi, para onde deslocou os grandes shows, como o de Daniela Mercury.

O público esperado, de 30 mil pessoas, acabou sendo de oito mil no sábado.

Muitos artistas que participaram do evento reclamaram da produção.

"Esta é a pior organização que já vimos em 26 anos de carreira", escreveu a banda Dead Fish em suas redes sociais.

O pianista Vitor Araújo, que tocou no palco Instrumental, escreveu que não lhe foram dadas "as mínimas e mais básicas condições para realizar o show na Virada Cultural."

Mano Brown cancelou sua apresentação, marcada para o Centro Cultural Palhaço Carequinha, no Grajaú. Em sua página do Facebook, escreveu:

"... Na sexta, por falta de organização interna do evento, a Virada não conseguiu entregar a estrutura mínima necessária para o show de uma banda de mais de 13 músicos. Se tudo estivesse pronto na sexta daria certo. Mesmo com a produção do artista cortando mais de 40% das exigências para o show e com todos cientes da complexidade que existia para realização do mesmo, não conseguimos evitar o cancelamento."

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