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Doria: contra coronavírus, SP fará até 2 mil testes por dia

Rede Corona de Testes integra 17 laboratórios ligados à Universidade de São Paulo (USP) com o apoio do Instituto Butantã

João Doria: "Os gestores devem seguir regras de segurança e ampliá-las para garantir saúde dos funcionários" (Valter Campanato/Agência Brasil)

João Doria: "Os gestores devem seguir regras de segurança e ampliá-las para garantir saúde dos funcionários" (Valter Campanato/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2020 às 14h08.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 14h09.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 23, a criação da Rede Corona de Testes para identificar, entre os casos suspeitos, portadores do novo coronavírus. Segundo Doria, a rede terá capacidade para realizar 2 mil testes por dia e integra 17 laboratórios ligados à Universidade de São Paulo (USP) com o apoio do Instituto Butantã.

De acordo com o governador, a decisão foi tomada de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de aumentar a amostra de pessoas testadas.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou também que o município de São Paulo adquiriu "mais 100 mil testes que devem chegar na semana que vem". Segundo Covas, o município já realizou "quase 15 mil testes em unidades básicas de saúde (UBSs) por toda a capital". "Estamos nos preparando para o momento pior da crise", disse Covas.

Doria fez um pedido para que o setor industrial do Estado não interrompa a produção por causa da crise causada pelo novo coronavírus. "Os gestores devem seguir regras de segurança e ampliá-las para garantir saúde dos funcionários", disse Doria. "Pode parecer uma decisão difícil", acrescentou. "Faço um apelo para que os dirigentes tenham cuidado redobrado".

Segundo Doria, "a construção civil também deve continuar operando, com os cuidados devidos". "Nós não podemos ter um blecaute do setor da construção civil", disse Doria que destacou as obras em hospitais, pronto-socorros e rodovias como essenciais.

O governador também fez um agradecimento ao setor agropecuário. "A agroindústria tem sido resiliente. Toda a cadeia está funcionando", afirmou.

Doria também anunciou que o Hospital das Clínicas da capital irá abrir 900 novos leitos para tratar do pacientes do coronavírus a partir do dia 27 de março. Segundo Doria, até o dia 10 de abril, 700 já estarão disponíveis.

De acordo o governador, a abertura de novos leitos foi possível "graças às doações que recebemos hoje do setor privado", principalmente respiradores e monitores. Doria disse, que em reunião com empresários, foram doados R$ 96 milhões por 28 empresas, em recursos e equipamentos, que serão destinados à infraestrutura de hospitais no combate ao coronavírus. Com isso, o governador ainda acrescentou que haverá 2.300 leitos de UTI para o tratamento de pessoas com coronavírus no Estado de São Paulo.

Doria também anunciou a criação de cinco centros de triagem para pacientes do coronavírus distribuídos em cinco locais: Instituto Emílio Ribas, Hospital do Mandaqui, Hospital Geral da Vila Penteado, Hospital Ipiranga e o Hospital Geral de Guaianazes.

Recursos

Na coletiva de imprensa, Bruno Covas anunciou novas medidas da cidade de São Paulo para conter o avanço do novo coronavírus. Segundo ele, já foram repassados à Secretaria de Saúde R$ 1,1 bilhão em insumos, equipamentos e leitos para combater a doença na capital.

Entre outras medidas anunciadas por Covas, a Prefeitura irá enviar à Câmara Municipal um projeto que permite a desvinculação de fundos municipais para utilizar seus recursos no combate ao coronavírus.

Outro projeto a ser enviado pela Prefeitura permite renegociar todos os contratos de funcionários terceirizados que atuam na administração pública, de forma que as empresas que prestam serviço à gestão municipal continuem a receber o pagamento previsto e não demitam seus empregados.

De acordo com o prefeito, os dois projetos foram redigidos junto ao Tribunal de Contas do Município (TCM) e já estão prontos para serem enviados e aprovados pela Câmara da capital, como garantiu a Covas o presidente da Casa, vereador Eduardo Tuma (PSDB).

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