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Doria: com aval da Anvisa, Coronavac pediátrica será usada imediatamente

A liberação ainda depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vai se reunir na próxima quinta-feira, 20

Criança recebe dose da vacina contra covid-19 Coronavac em escola pública em Concón, no Chile. (Rodrigo Garrido/Reuters)

Criança recebe dose da vacina contra covid-19 Coronavac em escola pública em Concón, no Chile. (Rodrigo Garrido/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 19 de janeiro de 2022 às 13h19.

Última atualização em 19 de janeiro de 2022 às 13h24.

O Instituto Butantan tem 15 milhões de doses da vacina contra a covid-19 para o uso em crianças e adolescentes prontas para serem distribuídas aos estados. A liberação ainda depende da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vai se reunir na próxima quinta-feira, 20, para avaliar o uso emergencial do imunizante para adolescentes e crianças entre 3 e 17 anos.

“São Paulo recebeu do Ministério da Saúde menos de 10% da necessidade para vacinar todas as crianças, e o mesmo ocorreu com todos os estados. O Butantan tem 15 milhões de doses da Coronavac prontas. E isso nos permitirá aqui em São Paulo, e em todo o país, vacinar rapidamente toda a quantidade de crianças em até três semanas”, disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 19.

Ainda de acordo com o governador, caso a Anvisa libere a vacina pediátrica, a aplicação começa "imediatamente". O esquema vacinal é o mesmo de adulto, com duas doses, com o intervalo de 28 dias.

Na segunda-feira, 17, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que assim que a Anvisa liberar a vacina pediátrica da Coronavac, a pasta “vai avaliar” para que o imunizante seja disponibilizado dentro do Programa Nacional de Imunizações.

Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, ainda não há nenhum acordo para o fornecimento da vacina pediátrica ao Ministério da Saúde, mas o laboratório paulista “está aberto” a firmar novos acordos com o governo federal. Por enquanto, o Ministério da Saúde tem apenas contrato de compra com o imunizante da Pfizer, o único liberado para o público pediátrico no país.

Na conta do Butantan, 10 milhões estão reservadas ao governo de São Paulo - que pretende vacinar todas as crianças do estado - e as outras 5 milhões podem ser distribuídas ao governo federal e da mesma forma a outros estados. Por enquanto, não há compra por parte de outras unidades federativas.

Em agosto, Anvisa vetou Coronavac pediátrica

No ano passado, em agosto, a Anvisa barrou o uso da vacina do Instituto Butantan em crianças. Na época, segundo a agência, os documentos apresentados dos estudos realizados não garantiram a eficácia e segurança no uso da vacina no grupo pediátrico. O argumento foi de que a aplicação do imunizante em crianças e adolescentes poderia colocá-los em risco.

Na semana passada, o Instituto Butantan enviou à Anvisa mais dados para que a agência analise o pedido de liberação da vacina pediátrica, prevista para crianças de 3 a 11 anos. Foram apresentados e analisados dados de pesquisas e estudos feitos pelo governo do Chile durante a aplicação da vacina Coronavac em crianças e adolescentes no país.

O encontro on-line e fechado reuniu especialistas da agência, do Instituto Butantan, pesquisadores chilenos, técnicos do laboratório Sinovac China e representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Número de crianças em UTI cresce 61%

De acordo com dados da Secretaria da Saúde do estado de São Paulo, as internações de crianças e adolescentes, com menos de 18 anos, em UTI cresceram 61%. Segundo os números oficiais, em novembro do ano passado eram 109 internados em todo o estado. No dia 10 de janeiro eram 171 crianças e adolescentes.

A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Regiane de Paula, destacou que o estado tem capacidade de imunizar 250 mil crianças por dia, mas depende da liberação de mais doses por parte do governo federal.

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