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Dono de ônibus que transportou golpistas é ligado a Carla Zambelli e filiado ao Republicanos

Bolsonarista, Maurício Nogueira disputou o cargo de deputado estadual em 2022 pelo Republicanos, porém, não foi eleito

Nogueira exibe ainda em suas redes sociais fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro astronauta Marcos Pontes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Nogueira exibe ainda em suas redes sociais fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro astronauta Marcos Pontes (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 18h13.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 18h54.

O dono de um dos ônibus que levaram manifestantes golpistas para os atos do dia 8 de janeiro em Brasília é um empresário bolsonarista ligado à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Natural de Franca, São Paulo, Maurício Nogueira concorreu ao cargo de deputado estadual no estado pelo Republicanos nas últimas eleições.

Durante a campanha, ele publicou em suas redes sociais imagens de eventos em conjunto com Zambelli, além de santinhos ao lado da deputada bolsonarista. Ele recebeu R$ 45.335 do fundo partidário do Republicanos para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas teve apenas pouco mais de 5 mil votos.

O empresário é dono da Nogueira Turismo, proprietária de um dos veículos que são alvos da ação de busca e apreensão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em sua declaração de bens entregue ao TSE em 2022, Nogueira omitiu ser dono da empresa. Além disso, ele não detalhou os gastos de sua campanha com os recursos do fundo partidário.

Nogueira exibe ainda em suas redes sociais fotos com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro astronauta Marcos Pontes, eleito senador em São Paulo. Porém, a maioria das imagens é com Zambelli, deputada que é alvo de investigação no STF por apoiar atos antidemocráticos.

“Lealdade acima de tudo. Estamos Juntos nessa, Carla Zambelli", escreveu Maurício Nogueira numa publicação.

O Globo entrou em contato com Nogueira para questioná-lo sobre o transporte de golpistas, porém ele afirmou que estava em trânsito e não poderia responder. Após desligar a ligação ele não retornou mais aos pedidos da reportagem.

Segundo publicou a "Agência Publica", Nogueira é fundador do grupo do Conservadores da Alta Mogiana. No ano passado, ele foi um dos organizadores de um evento com figuras do bolsonarismo como Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, Capitão Derrite, a médica Nise Yamaguchi e o deputado federal eleito Gustavo Gayer (PL-GO).

No último domingo Alexandre de Moraes determinou a apreensão e bloqueio de todos os ônibus identificados pela Polícia Federal "que trouxeram os terroristas para o Distrito Federal".

"Os proprietários deverão ser identificados e ouvidos em 48 (quarenta e oito) horas, apresentando a relação e identificação de todos os passageiros, dos contratantes do transporte”, diz a decisão do ministro.

Outros casos

Além de Nogueira, outros donos de veículos que transportaram golpistas para Brasília possuem vínculos com golpistas. Um deles é o empresário Izaul Moraes de Souza, que tem contratos de mais de R$ 43 mil com o governo Jair Bolsonaro (PL). Em suas redes sociais, ele faz ainda postagens se dizendo bolsonarista e com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Souza também recebeu oito parcelas do Auxílio Emergencial, totalizando R$ 3,9 mil, além de dez parcelas do Auxílio Brasil, totalizando R$ 1,9 mil, segundo o Portal da Transparência. O Globo tentou contato com o empresário, mas não obteve retorno.

Outro exemplo é o vereador do município de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Adriano Bressan, do PTB, que também é dono de uma das empresas de transporte que levaram pessoas ao ato que terminou com a invasão e a depredação dos prédios dos Três Poderes. Cabo eleitoral de Bolsonaro durante a campanha presidencial, Bressan nega que tenha participado ou apoiado os atos, e afirma apenas ter prestado serviços a pessoas que não conhece.

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