Brasil

Dono da UTC fica calado em depoimento no TSE

O empreiteiro compareceu ao Tribunal Superior Eleitoral para depor na ação de investigação eleitoral da campanha da presidente Dilma, mas se manteve calado


	UTC Engenharia: sem ouvir o executivo, a apuração não deve ser concluída até o final do mês
 (Divulgação)

UTC Engenharia: sem ouvir o executivo, a apuração não deve ser concluída até o final do mês (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 22h17.

Brasília - O empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, compareceu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira, 16, para depor na ação de investigação eleitoral da campanha da presidente Dilma Rousseff, mas se manteve calado.

Sem ouvir o executivo, a apuração não deve ser concluída até o final do mês, quando termina o mandato do relator da ação, ministro João Otávio de Noronha, na Corte. A expectativa é de que a ação passe para as mãos da ministra Maria Thereza de Assis Moura, que assume a corregedoria-geral da Justiça Eleitoral a partir de outubro.

Esta foi a segunda tentativa de ouvir Pessoa perante ao TSE, que já havia sido frustrada pela exigência de silêncio devido ao acordo de delação premiada que celebrou com o Ministério Público Federal e que é mantido sob sigilo pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo.

Diante do silêncio de Pessoa, o PSDB, autor da ação, pediu novamente que os depoimentos do empreito mantidos em sigilo sejam compartilhados com a Justiça Eleitoral. Anteriormente, Zavascki já se manifestou pela manutenção do sigilo da delação até que a Corte receba eventual denúncia - acusação formal - feita com base no acordo.

O depoimento do dono da UTC estava agendado para esta sexta-feira, 18, em São Paulo mas foi antecipado pelo ministro João Otávio de Noronha, para aproveitar o fato de Pessoa estar em Brasília para falar à CPI da Petrobras. De acordo com o TSE, "evitou-se um segundo deslocamento do réu até a capital paulista, bem como gastos de passagens aéreas com o juiz que conduziria a oitiva".

Noronha já ouviu outros dois delatores da Lava Jato, no âmbito da ação de investigação da campanha da presidente Dilma: o doleiro Alberto Youssef e um ex-diretor da Petrobras. A avaliação de fontes que acompanham o desdobramento do caso, no entanto, é de que não há indícios de prática de irregularidades na campanha apenas com base nos depoimentos. A aposta do PSDB é que Ricardo Pessoa detalhasse pagamentos irregulares à campanha, para embasar o pedido de cassação de mandato.

Sem a oitiva de Pessoa, no entanto, Noronha deve deixar a ação para sua sucessora na Corregedoria. A ministra Maria Thereza de Assis Moura, que assume a cadeira a partir de outubro, já arquivou outra ação proposta pelos tucanos que questiona a legitimidade das eleições presidenciais do ano passado e pede a impugnação do mandato de Dilma.

Atualmente, quatro ações no TSE podem gerar a cassação de mandato da presidente - duas estão sob a relatoria de Noronha e devem passar para as mãos de Maria Thereza, uma já está com a ministra e a quarta fica sob comando do ministro Luiz Fux.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffEleiçõesPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresUTC

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas