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Dois PMs são presos após morte de homem em Paraisópolis após análise de câmeras corporais

Coronel da PM afirmou que imagens mostraram que a morte de Igor Oliveira, ocorrida na tarde desta quinta, ‘não foi dentro das excludentes de ilicitude’ e que agentes atiraram quando o homem já estava rendido

Incêndios foram registrados em Paraisópolis após abordagem policial que resultou em mortes na comunidade  (Reprodução/ Redes socias)

Incêndios foram registrados em Paraisópolis após abordagem policial que resultou em mortes na comunidade (Reprodução/ Redes socias)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 11 de julho de 2025 às 12h07.

Última atualização em 11 de julho de 2025 às 12h46.

Dois policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso pela morte de Igor Oliveira em Paraisópolis na tarde desta quinta-feira, 10. A informação foi divulgada pelo coronel Massera, porta-voz da Polícia Militar nesta sexta-feira, 11.

Por meio das imagens gravadas pelas câmeras corporais dos agentes, foi constatado que a morte “não foi dentro das excludentes de ilicitude” e se tratou de “uma ação ilegal”.

"A análise nos indicou que a morte do Igor Oliveira não foi dentro de padrões que nós esperávamos, dentro das excludentes de ilicitude. Visualizamos, pelas câmeras, que dois PMs que atiraram no Igor o fizeram já com o homem rendido e a providência tomada foi a prisão em flagrante", falou o coronel durante coletiva de imprensa.

Nessa ocorrência, segundo o coronel, os agentes do 16º Batalhão, responsável pela área, já estão usando o novo sistema de câmeras corporais do estado, em que as gravações não são ininterruptas, mas precisam ser acionadas pelos agentes. Massera explicou que um dos policiais que estavam na ocorrência acionou a câmera em determinado momento, e a partir daí “todas as câmeras acabaram acionadas pelo sistema Bluetooth”.

Quatro policiais da Rocam participaram da ação. A incursão começou após eles terem recebido uma denúncia pelo sistema Disk Denúncia sobre venda de drogas na Rua Rudolf Lotze. Quatro homens invadiram uma residência e, segundo a PM, foram encontrados em suas mochilas 595 porções de maconha, 49 porções de maconha sintética, 208 porções de crack, 22 frascos de lança-perfume, quatro comprimidos de LSD, 32 comprimidos de ecstase, além de um caderno de anotações, uma balança e R$ 1,3 mil em dinheiro. Três deles foram presos e um morreu.

Dois deles, Marcos Vinicius Mendes dos Santos e Iuri Nascimento Souza de Jesus, tinham passagem por tráfico, roubo, furto, receptação e porte de arma e também eram procurados da Justiça. Um terceiro, chamado Vitor Davi da Silva Santos, não tinha passagem. Já Igor, que morreu ao ser baleado no interior da casa, não possuía passagem como adulto, mas tinha registradas ocorrência de ato infracional por roubo e tráfico quando era menor de idade.

A ação policial causou revolta em moradores, que fizeram protestos, barricadas, atearam fogo em objetos e atacaram veículos que passavam pela região de Paraisópolis e arredores, como as avenidas Hebe Camargo e Giovanni Gronchi. Uma pessoa foi presa durante os protestos e um outro homem foi morto na parte da noite.

Segundo a PM, policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) teriam sido encurralados por criminosos e houve uma “intensa troca de tiros”. Segundo Massera, os agentes usavam câmeras corporais e a princípio “não há indícios” de irregularidades.

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