Acidente: torre de guindaste que levantava peça da cobertura do estádio tombou, atingindo os homens (Marcelo Camargo //Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de abril de 2018 às 22h19.
Os engenheiros civis Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa e Marcio Prado Wermelinger, ambos da Odebrecht, foram condenados pela Justiça no processo que trata da morte de dois operários nas obras da Arena Corinthians após a queda de um guindaste que provocou o desabamento de uma parte do estádio.
Eles foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e o Judiciário acatou a tese de que ambos foram responsáveis pelo tombamento do guindaste. Os profissionais foram enquadrados nos artigos 256 (pena para quem causa desabamento, expondo perigo à vida de terceiros) e 258 (determina aumento da pena em caso de morte) do Código Penal.
"Tanto Barbosa quanto Wermelinger foram condenados a um ano, seis meses e 20 dias de detenção em regime inicial aberto. A pena foi convertida em prestação de serviços à comunidade, pagamento de prestação pecuniária no valor de 80 salários mínimos (para Barbosa) e de 50 salários mínimos (para Wermelinger)", disse o MP-SP.
Frederico Barbosa era o responsável técnico pela obra enquanto Wermelinger tinha a função de acompanhar as atividades da empresa Locar, terceirizada que operava o guindaste. Outras quatro pessoas foram absolvidas (José Walter Joaquim, Leanderson Breder Dias, Valentim Valaretto e Gilson Guardia), mas a promotoria prometeu recorrer.
O acidente no canteiro de obras do estádio do Corinthians, no bairro de Itaquera, ocorreu em 27 de novembro de 2013. Na ocasião, a torre do guindaste estava levantando uma peça da cobertura de 420 toneladas e tombou. O motorista e operador de caminhão-guindaste Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador de cadeiras Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43 anos, foram atingidos e morreram.