Brasil

Dodge denuncia deputado Chico Lopes por difamar prefeito de Santos

Deputado e membros de sua equipe são acusados de terem difamado Paulo Alexandre Barbosa, candidato à reeleição em 2016, por meio de notícias falsas

Raquel Dodge: de acordo com a procuradora, mensagens na página "Caiçara Revoltado", que investigações constaram ser criada por assessor de Lopes, imputaram a Barbosa fatos ofensivos à sua reputação (José Cruz/Agência Brasil)

Raquel Dodge: de acordo com a procuradora, mensagens na página "Caiçara Revoltado", que investigações constaram ser criada por assessor de Lopes, imputaram a Barbosa fatos ofensivos à sua reputação (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de abril de 2018 às 20h42.

Brasíia - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 2, uma denúncia contra o deputado federal Francisco Lopes da Silva (PCdoB-CE) e outras duas pessoas por crime eleitoral.

Os três são acusados de terem difamado o então prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), candidato à reeleição em 2016, por meio de notícias falsas, em uma página no Facebook. O grupo tinha como objetivo beneficiar Carina Vitral, que disputava o cargo pelo PCdoB, que terminou a eleição na segunda colocação, com 6,61% dos votos, contra 77,74% de Barbosa.

Além de Chico Lopes, como é conhecido, foram denunciados Thallis Vasconcelos de Albuquerque Cantizani, assessor de Comunicação do deputado à época, e Mauro Guimarães Panzera, que prestava serviços de publicidade ao partido.

De acordo com Raquel, os três publicaram mensagens na página "Caiçara Revoltado" imputando a Barbosa fatos ofensivos à sua reputação. A fase preliminar das investigações constatou que o assessor de comunicação do parlamentar foi quem criou a página.

Informações reveladas após quebra de sigilo telemático apontam que dois IPs (o endereço que identifica cada computador) que tinham acesso à página eram de máquinas da Câmara Federal cadastrados em nome do deputado. Outros endereços utilizados para a disseminação das mensagens estavam vinculados a Panzera e Cantizani.

Em depoimento a investigadores, o ex-assessor de comunicação do deputado afirmou ter pago, utilizando o cartão de crédito do parlamentar, publicidade na rede social em 12 oportunidades com o objetivo promover a página e angariar "curtidores" a ela. A ação é classificada como marketing eletrônico.

A procuradora-geral ofereceu aos denunciados a possibilidade de pagarem indenização por danos morais ao prefeito no valor de 100 salários mínimos e, durante um ano, repassar prestação pecuniária de 30 salários mínimos mensais à instituição de assistência social Casa de Ismael, que atua no acolhimento a crianças que foram abandonadas. Tanto a indenização quanto o repasse destinado à instituição deverão ser divididos entre os três acusados, de acordo com Raquel.

Se concordarem em cumprir as medidas alternativas sugeridas no documento, os três poderão deixar de responder à ação que, nesse caso, ficará sobrestada. Para ter direito à transação penal, além de concordarem com as medidas alternativas, os três precisarão comprovar que não possuem antecedentes criminais estaduais, federais e no Distrito Federal.

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado Chico Lopes, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Acompanhe tudo sobre:Fake newsPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaRaquel DodgeSantos (SP)Supremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Governo Lula condena ataques dos EUA a instalações nucleares do Irã

Brasileira desaparecida em vulcão foi deixada para trás por guia, diz imprensa da Indonésia

Rio Grande do Sul tem 126 municípios afetados pelas chuvas, mas número de pessoas desalojadas cai

Maioria da população apoia a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, diz pesquisa