Brasil

Dodge aponta corrupção de Temer por propina da Odebrecht

Esquema também teve participação dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, segundo a procuradora-geral da República

Michel Temer: Raquel Dodge citou o presidente como suspeito do crime de corrupção passiva pelo pedido de vantagem indevida à empreiteira Odebrecht (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: Raquel Dodge citou o presidente como suspeito do crime de corrupção passiva pelo pedido de vantagem indevida à empreiteira Odebrecht (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 10h24.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, citou o presidente Michel Temer como suspeito do crime de corrupção passiva pelo pedido de vantagem indevida à empreiteira Odebrecht em esquema com a participação dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ao apresentar recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter investigação contra os ministros na Justiça Federal.

No recurso, apresentado na segunda-feira, Dodge afirmou que o crime de corrupção passiva foi "consumado com a solicitação de vantagem indevida por Michel Temer e Eliseu Padilha no Palácio do Jaburu", em referência a jantar realizado em maio de 2014 em que foi feito pedido de 10 milhões de reais à empresa a pretexto de doações eleitorais, segundo a PGR.

Dodge afirmou que o então vice-presidente Temer recebeu dois pagamentos separados, um de 1,4 milhão de reais por meio de João Baptista Lima Filho e outro no valor de 1 milhão por meio de José Yunes.

Para a procuradora-geral, os pedidos de recursos revelam "esquema de corrupção que se prolongava no tempo e funcionava como modo de perpetuação do poder econômico para a Odebrecht e político, para Eliseu Padilha e Michel Temer", disse a Procuradoria-Geral da República em comunicado.

A procuradora-geral solicitou no recurso enviado ao Supremo que o ministro Edson Fachin reconsidere a decisão de enviar à Justiça Eleitoral as investigações contra Moreira Franco e Padilha.

No caso de Temer, a procuradora-geral solicitou ao Supremo em setembro que a investigação fosse suspensa até o fim de seu mandato, uma vez que a Constituição Federal proíbe que o presidente seja denunciado por atos anteriores ao mandato, como no caso dos fatos apurados no inquérito.

Segundo a PGR, os dois ministros e Temer estão entre os investigados em um inquérito aberto a partir de informações fornecidas em colaboração premiada por executivos da Odebrecht. Segundo os depoimentos, a empresa pagou no total 14 milhões de reais em vantagens indevidas a líderes do MDB, com destaque para Temer e os ministros.

Temer, Padilha e Moreira negam repetidamente terem cometido qualquer irregularidade.

Acompanhe tudo sobre:Michel TemerCorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)Dodge

Mais de Brasil

Não há ‘temas proibidos’ em conversa entre Lula e Trump, diz Alckmin

Presidente da Caixa deve defender bet do banco em reunião com Lula

Polícia Federal pode suspender emissão de passaportes por falta de verba

Deputados protocolam PEC da Reforma Administrativa