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Doação de campanha não existe, diz delator da Lava Jato

Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, aponta que doações oficiais podem ser parte do esquema de desvio de dinheiro.

Paulo Roberto Costa: Costa foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato (Ueslei Marcelino/Reuters)

Paulo Roberto Costa: Costa foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato (Ueslei Marcelino/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 10 de março de 2015 às 09h50.

São Paulo – As doações de campanha declaradas oficialmente nada mais são do que “empréstimos” a juros altos -- os valores são depois cobrados do político, quando ele estiver no exercício do cargo. As afirmações são do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.

Segundo a publicação, Costa teria dito em sua delação premiada que “é uma grande falácia afirmar que existe doação de campanha no Brasil”.

Ainda segundo o jornal, Costa disse também que os valores declarados oficialmente como gastos de campanha são apenas um terço do total normalmente gasto.

As investigações da Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, apontam para a possibilidade de que doações oficiais sejam parte do esquema de desvio de dinheiro.

Nas eleições de 2014, as empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por boa parte do dinheiro declarado oficialmente nas campanhas de diversos partidos.

As doações privadas são tema de disputa na discussão sobre a reforma política no país. Parlamentares do PT defendem o fim dessas doações, enquanto parte do PMDB quer apenas estabelecer um teto para as contribuições de empresas.

De qualquer forma, questiona-se se essas medidas mudariam o quadro, uma vez que as empresas poderiam continuar influenciando os políticos através do caixa dois. 

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