Brasil

DJ Rennan da Penha é solto após concessão de habeas corpus pelo STJ

Rennan já havia sido inocentado na primeira instância devido a provas insuficientes, mas a acusação recorreu

DJ Rennan da Penha foi beneficiado pela decisão do STF que determina que condenados em segunda instância só podem ser presos após trânsito em julgado (YouTube/Reprodução)

DJ Rennan da Penha foi beneficiado pela decisão do STF que determina que condenados em segunda instância só podem ser presos após trânsito em julgado (YouTube/Reprodução)

São Paulo - Preso desde abril deste ano por associação para o tráfico de drogas, o DJ Rennan da Penha, um dos principais nomes do funk nacional, deixou o Complexo de Bangu na tarde deste sábado (23), na Zona Oeste do Rio de Janeiro

O alvará de soltura concedido pela Vara de Execuções Penais do Rio. Na quinta-feira, 21, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) já havia concedido um habeas corpus, mas não determinou a soltura imediata do DJ. Determinou, no entanto, que o magistrado responsável analisasse o caso de acordo com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as prisões em segunda instância. 

A juíza Larissa Maria Nunes Barros Franklin Duarte, ao determinar a soltura de Rennan, seguiu a indicação da corte, que decidiu que os condenados em segunda  instância só podem ser presos quando se esgotam todos os recursos - juridicamente conhecido como "trânsito em julgado". 

Entenda o caso

Rennan Santos da Silva foi condenado em maio a seis anos e oito meses de prisão em regime fechado por associação para o tráfico de drogas. Antes disso, o DJ já havia sido inocentado do crime na primeira instância devido a falta de provas, mas a acusação recorreu. 

O argumento utilizado pela acusação era de que Rennan atuava como "olheiro de traficantes", isto é, avisava os criminosos sobre as movimentações da polícia nos arredores da comunidade. Outro motivo seria a apologia ao uso de drogas e organização de festas que exaltavam a prática criminosa. 

Uma foto do DJ segurando uma arma, que segundo a defesa era de brinquedo e produzida para o carnaval, foi usada contra ele. 

Quando foi preso, ele comentou a respeito da sua relação com os moradores. "Me acusam de olheiro, que dava informações por onde a polícia passava naquela comunidade. Mas foi um mal-entendido devido que todo mundo se comunica na comunidade. Toda vez que tem uma operação todos os moradores se comunicam, entendeu? Colocaram isso como se fosse atividade do tráfico", explicou o DJ na delegacia.

Na época, muitos argumentaram que sua prisão era arbitrária. A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro questionou a decisão da justiça por considerar "criminalização da arte popular". "A OAB/RJ manifesta preocupação e repúdio ao uso do sistema de justiça criminal contra setores marginalizados da sociedade com a finalidade de reproduzir uma ideologia dominante em detrimento da cultura popular", disse em nota.

Quem é Rennan da Penha

O DJ e produtor Rennan da Penha é o criador do Baile da Gaiola, um dos mais famosos bailes funks do Rio de Janeiro. Na Zona Norte da cidade, a festa levava milhares de fãs até a favela. Em uma única noite chegou a reunir cerca de 25 mil pessoas. 

Ao contrário do comum em festas nas comunidades cariocas, a Gaiola tinha virado vitrine: famosos, turistas e pessoas de diversas classes sociais passavam por lá. Sua música, tocada do baile, ficou famosa pela batida 150 bpm, que consiste num ritmo mais acelerado do que os funks comuns. 

O baile foi seu passaporte para a primeira classe do funk brasileiro: gravou a canção "Hoje eu vou parar na Gaiola", em uma parceria com o Mc Livinho. A faixa se tornou um clipe dirigido pelo premiado diretor Kondzilla, e os rendeu a categoria canção do ano no Prêmio Multishow, quando já estava preso. 

Neste ano ele concorreu ao Grammy Latino com o clipe "Me solta", do Nego do Borel, outro grande nome do funk carioca. Através de seu advogado, na época Rennan disse que ficou “muito feliz com a indicação”.

No Twitter, Rennan da Penha publicou, neste sábado, 23, uma foto com sua família e agradeceu a Deus e aos fãs:

https://platform.twitter.com/widgets.js

Acompanhe tudo sobre:GrammyMúsicaMúsica popRio de JaneiroSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas