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Dívida da usina de Santo Antônio pode chegar a R$ 900 mi

Na última terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu duas liminares de Santo Antônio que desobrigavam a usina a pagar pela energia não entregue


	Usina Santo Antônio: "alívio" abre espaço para que empréstimo de R$ 6,5 bilhões negociado pelo governo cubra também o risco hidrológico das distribuidoras
 (Germano Lüders/EXAME)

Usina Santo Antônio: "alívio" abre espaço para que empréstimo de R$ 6,5 bilhões negociado pelo governo cubra também o risco hidrológico das distribuidoras (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 14h22.

Brasília - O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse nesta quinta-feira, 07, que os R$ 600 milhões que a usina de Santo Antônio deve ao setor de distribuição correspondem à eletricidade não entregue pelo empreendimento desde o seu prazo original para início de operação e previu que essa conta pode chegar a R$ 900 milhões até o fim de 2014.

Segundo ele, como esse valor reduz a exposição das companhias de distribuição ao mercado de curto prazo, esse "alívio" nas contas do setor abre espaço para que o empréstimo de R$ 6,5 bilhões negociado pelo governo possa cobrir também o risco hidrológico das distribuidoras.

Na última terça-feira, 05, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu duas liminares de Santo Antônio que desobrigavam a usina a pagar pela energia não entregue desde o prazo original para sua entrada em funcionamento.

Acumulados, esse valores somam cerca de R$ 600 milhões, que deverão ser pagos nas próxima liquidações do setor elétrico.

"É uma boa notícia e acredito que essa folga será muito importante em um momento no qual estamos negociando com o governo a cobertura do risco hidrológico, que não está contemplada no modelo atual do empréstimo", avaliou Leite.

Atualmente, o financiamento pode ser usado apenas para pagar a exposição das empresas ao mercado de curto prazo e o gasto com a compra de energia térmica.

De acordo com Leite, a estimativa para conta do risco hidrológico das distribuidoras até o fim do ano é de quase R$ 1,8 bilhão. O valor corresponde à diferença entre a garantia física e a energia gerada pelas usinas que entraram no regime de cotas a partir do pacote de renovação antecipada das concessões.

O risco, que era desses geradores, passou para os consumidores por meio das distribuidoras. "Com os R$ 900 milhões de Santo Antônio já é possível cobrir metade desse montante. Negociamos para que o resto venha da Conta de Energia de Reserva (Coner)", completou o executivo.

Leite avaliou ainda que a alta do preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) na última semana - que chegou perto do teto - foi apenas um "soluço" dentro da alta volatilidade desse custo. "O PLD é muito volátil, mas estamos mais otimistas hoje do que estávamos há três meses. A tendência é de baixa na medida em que nos aproximamos do período chuvoso", concluiu.

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