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Distanciamento de Bebianno não é surpresa, diz marqueteiro de Bolsonaro

O estrategista americano Arick Wierson, que trabalhou na campanha presidencial, afirma que diferença de visão entre Bebianno e família Bolsonaro era notória

Distanciamento entre Gustavo Bebianno e Jair Bolsonaro era visto como provável já na campanha, segundo estrategista do presidente durante eleição (Arick Wierson/Divulgação)

Distanciamento entre Gustavo Bebianno e Jair Bolsonaro era visto como provável já na campanha, segundo estrategista do presidente durante eleição (Arick Wierson/Divulgação)

AJ

André Jankavski

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 13h37.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 14h02.

A discussão entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, que se tornou pública pelas redes sociais e pela imprensa, não é uma surpresa para quem trabalhou na campanha eleitoral do agora presidente.

Quem afirma isso é o americano Arick Wierson, um dos estrategistas da caminhada vitoriosa de Bolsonaro ao Planalto e fundador da consultoria TZU.

“Sabíamos que essa parceria era um mal necessário, pois o Bebianno se tornou uma espécie de dono do partido”, afirma Wierson. “Mais cedo ou mais tarde, teria algo anormal, pois sentíamos uma falta de transparência na gestão dos orçamentos.”

Não foi por acaso, portanto, que Bebianno tenha perdido poderes ao assumir o cargo de ministro. Um dos exemplos foi a transferência da Secretaria Especial de Comunicação Social, que ficava abaixo da Secretaria Geral, para a Secretaria do Governo, comandada pelo general Carlos Alberto Santos Cruz.

EXAME apurou que um dos motivos que teria motivado o descontentamento de parte da família com Bebianno, especialmente de Carlos Bolsonaro, foi originado exatamente após o ataque sofrido por Bolsonaro.

Enquanto os familiares estavam preocupados com a saúde do então candidato, Bebianno enxergava o fato como um crescimento das chances de ganhar a eleição. Wierson não comentou.

Mesmo com a visão negativa que Bebianno deixou durante a campanha, o especialista reprova a força que os filhos possuem dentro do governo.

“Os filhos precisam ficar na pista deles e deixar o pai governar com assessores profissionais. O Brasil elegeu um presidente e não uma família real”, afirma.

Ao mesmo tempo, o profissional não enxerga uma perda de poder do presidente com essa crise. O time ministerial formado por Bolsonaro foi bem aceito e fez, segundo Wierson, algumas pessoas repensarem a imagem do presidente. As crises de início de governo não teriam sido capazes de afetar a imagem do presidente junto com a população.

Wierson, que entrou na equipe do então candidato pouco tempo após o atentado sofrido por Jair Bolsonaro, foi um dos estrategistas nas propagandas que levaram o americano e magnata da mídia Michael Bloomberg a ocupar o cargo de prefeito de Nova York. Por conta desse histórico, foi convidado a ocupar um espaço na campanha de Bolsonaro.

O estrategista, que está nos Estados Unidos, deve vir para Brasília nas próximas semanas para se reunir com a equipe de governo e com o próprio presidente. “Podemos contribuir muito para o governo”, diz Wierson.

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