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Dissidentes ameaçam judicializar convenção do PP

Os dissidentes consideraram que a forma como a resolução foi aprovada foi antidemocrática e que a deliberação não tem legitimidade

Ciro Nogueira: senador deixou o evento sob gritos de "vendido" (Wikimedia Commons)

Ciro Nogueira: senador deixou o evento sob gritos de "vendido" (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 15h26.

Brasília - Após aprovação de uma resolução transferindo à Comissão Executiva Nacional a decisão sobre a coligação do PP em nível nacional, dissidentes que pregavam a neutralidade na sucessão presidencial condenaram a postura do presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), e ameaçam questionar o resultado da convenção na Justiça.

Os dissidentes consideraram que a forma como a resolução foi aprovada foi antidemocrática e que a deliberação não tem legitimidade.

O clima na convenção nacional do PP ficou tenso quando, de forma rápida e ignorando os protestos, Nogueira colocou em votação a resolução.

O senador deixou o evento sob gritos de "vendido" e avisou que a Executiva deve deliberar sobre a aliança nacional ainda nesta quarta-feira.

"Isso é um arremedo de convenção", criticou o deputado Esperidião Amin (SC).

Perplexos, os dissidentes avisaram que vão estudar a melhor forma de impugnar a decisão.

"Essa convenção não tem validade porque ninguém votou", atacou a senadora Ana Amélia, candidata ao governo do Rio Grande do Sul e uma das defensoras da neutralidade da legenda.

No diretório gaúcho, os convencionais pregam o apoio ao candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves.

Durante a convenção, a divisão no partido ficou evidente. Quem defendia a manutenção da aliança com a presidente Dilma Rousseff ouvia palmas e vaias. Já os que pregavam a neutralidade chegaram a defender abertamente o apoio à candidatura tucana.

Os dissidentes resolveram deixar registrado em lista as assinaturas dos contrários à resolução aprovada hoje.

Eles reclamaram que a vontade da maioria foi ignorada na convenção. "A lição daqui é que essa convenção não teve qualquer deliberação e não tem legitimidade para deliberar em nome dos convencionais. Queríamos aqui a sábia neutralidade", insistiu Ana Amélia.

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