Brasil

Discussão sobre pré-sal não tem relação com venda de Carcará

A companhia passou a projetar um uso de US$ 400 milhões, em comparação com a estimativa prévia de uso de até US$ 100 milhões


	Petrobras: a companhia passou a projetar um uso de US$ 400 milhões, em comparação com a estimativa prévia de uso de até US$ 100 milhões
 (Ueslei Marcelino/ Reuters)

Petrobras: a companhia passou a projetar um uso de US$ 400 milhões, em comparação com a estimativa prévia de uso de até US$ 100 milhões (Ueslei Marcelino/ Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 14h36.

São Paulo - As discussões regulatórias do marco do pré-sal, no sentido de retirar da Petrobras a obrigatoriedade de participação em todas os consórcios e a exclusividade da operação, não afetou a negociação da venda da participação detida pela estatal, de 66%, no bloco exploratório BM-S-8, conhecido como Carcará, para a Statoil Brasil Óleo e Gás, disse a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes.

"Na minha avaliação, são atos distintos. Esse ativo em particular, o BM-S-8, nós obtivemos dentro do regime de concessão, nós e os parceiros, em 2000. E assim como em outras parcerias, esses são negócios absolutamente tradicionais e bastante regulares, não só feitos na Bacia de Santos, mas nas demais bacias", disse Solange nesta sexta-feira, 29, durante coletiva de imprensa.

As parcerias, segundo Solange, são negociadas todos os dias e esse é um movimento tradicional na indústria.

"As questões da discussão regulatória não afetam objetivamente esse negócio, não têm interferência em relação à parte da concessão que estamos negociando neste momento", disse.

A executiva afirmou que o processo em curso na Petrobras, de parceria estratégica e desinvestimento, é muito seletivo e criterioso ao fluxo de caixa futuro. "Estamos muito atentos a isso", frisou.

O bloco exploratório BM-S-8 está localização na Bacia de Santos e é atualmente operado pela Petrobras, com participação de 66%, em parceria com a Petrogal Brasil, que tem 14%, e Queiroz Galvão Exploração e Produção e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás, com 10% cada uma.

Desinvestimento

A Petrobras já vem trabalhando há algum tempo nos desinvestimentos anunciados nos últimos dias, mas o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da companhia, Ivan Monteiro, admite que a presença de um executivo como Pedro Parente, que assumiu a presidência da estatal há quase dois meses, ajuda nas discussões.

"Nós temos um conjunto muito grande de operações que a gente analisa, um portfólio de operações com o objetivo de atingir a meta de US$ 15,1 bilhões (de desinvestimentos e parcerias) até o fim do ano", destacou Monteiro.

Segundo ele, os anúncios mostram um amadurecimento das negociações. "Sendo que cada uma tem seu desafio específico", disse, reiterando que a meta é corporativa.

"Vamos trabalhar incansavelmente para alcançar a meta, porque ela é extremamente importante para a desalavancagem da companhia, para a redução de seu endividamento e para trazer a métrica da dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para padrões normais", disse.

Monteiro salientou ainda que ter um executivo como Pedro Parente à frente da companhia é um privilégio e "auxilia bastante as discussões".

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPré-sal

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático