Brasil

Discurso de Dilma no Senado deve tratar de pacto e "golpe"

Discurso de Dilma Rousseff no Senado deve tratar de um pacto nacional e antecipação das eleições, além de denunciar um "golpe"


	Dilma Rousseff: presidente afastada repassou as linhas gerais de discurso no Senado com Lula e Rui Falcão
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Dilma Rousseff: presidente afastada repassou as linhas gerais de discurso no Senado com Lula e Rui Falcão (Ueslei Marcelino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 08h52.

Brasília - A presidente afastada Dilma Rousseff vai pregar um amplo pacto nacional e a antecipação das eleições de 2018 ao fazer nesta segunda-feira, 29, sua defesa no processo de impeachment no Senado.

Embora a proposta de um plebiscito sobre o encurtamento do mandato tenha sido rechaçada pelo PT, ela avalia que, com o agravamento da crise política, a medida é o único instrumento para impedir a ruptura democrática.

Dilma repassou as linhas gerais de seu depoimento em jantar, na noite de domingo, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falcão, ex-ministros e líderes de movimentos sociais, no Palácio da Alvorada.

Todos consideram a deposição da petista irreversível, mas querem passar a mensagem de que um "golpe" deixa marcas profundas no País, com chance de "retrocessos".

A ideia é que a presidente afastada aproveite o pronunciamento desta segunda para a disputa da narrativa histórica, diante das câmeras - muitas delas de filmes que estão sendo produzidos sobre o impeachment.

Escoltada por Lula e outros 32 convidados, Dilma chegará ao Senado às 9 horas e será recepcionada por manifestantes, em frente do Congresso. "Nem no meu pior pesadelo poderia imaginar o que está acontecendo conosco", disse Lula.

Apesar das divergências com sua sucessora, Lula fez questão de levá-la ao Senado . Com o gesto, o objetivo é mostrar unidade. No plenário, Dilma invocará o testemunho de ex-ministros, que são senadores, para sustentar que não cometeu crime de responsabilidade. Dos 9 que se encaixam nesta categoria, porém, 6 votaram para transformá-la em ré.

Em forte tom emocional, Dilma também dirá que o processo contra ela foi aberto por causa de uma "chantagem" do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado depois do cargo por denúncias de corrupção. Vai destacar, ainda, que tudo se agravou porque não cedeu a pressões para barrar a Lava Jato.

"Nós vamos até o fim, mas estamos vivendo um jogo de cartas marcadas", disse o senador Jorge Viana (PT-AC). "Ela tem certeza de que, se não vencer no Senado, vai ganhar essa batalha na história", emendou Lindbergh Farias (PT-RJ).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaDilma RousseffImpeachmentLuiz Inácio Lula da SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSenado

Mais de Brasil

Governo brasileiro avalia compras de alimentos excedentes durante tarifaço de Trump

Defesa de Daniel Silveira pede prisão domiciliar por falta de fisioterapia

Prisão de Bolsonaro: nas redes, 53% das publicações são favoráveis à decisão e 47%, contrárias

Tarcísio chama prisão domiciliar de Bolsonaro de ‘absurdo’ e pede desescalada da crise