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Dirigentes avaliam que não há espaço para Marta ficar no PT

A investida de Marta Suplicy atinge em cheio o Palácio do Planalto e o PT no mesmo dia em que Dilma realiza sua primeira reunião ministerial


	Marta Suplicy: na avaliação de Marta, o PT "agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Marta Suplicy: na avaliação de Marta, o PT "agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 16h52.

Brasília e São Paulo - O novo ataque da ex-ministra Marta Suplicy (PT) contra o governo da presidente Dilma Rousseff e contra seu próprio partido mostra, na avaliação de petistas, que há pouco ou nenhum espaço para ela continuar na sigla.

Dirigentes do PT foram surpreendidos pelo artigo, publicado nesta terça, 27, no jornal Folha de S.Paulo, no qual a petista afirma que não há "transparência na condução da economia no governo Dilma" e que a situação atual "não é nada rósea como foi apresentada na eleição".

Mais uma vez o PT não foi poupado: na avaliação de Marta, o partido "agora está atarantado sob sérias denúncias de corrupção".

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), ao reiterar as críticas feitas em entrevista ao Estado no último dia 11, fica difícil haver um entendimento para a permanência de Marta no partido.

"Com a posição reiterada, fica difícil acreditar que ela tenha portas abertas para um entendimento", disse.

"Parece que não há muita abertura para isso."

A investida de Marta atinge em cheio o Palácio do Planalto e o PT no mesmo dia em que Dilma realiza sua primeira reunião ministerial e tenta reagir a uma enxurrada de notícias negativas, como o corte a benefícios previdenciários e a crise no abastecimento de energia e de água.

Os petistas temem que o provável desembarque de Marta do PT e sua candidatura à Prefeitura de São Paulo por um outro partido "rache" os votos de Fernando Haddad, que deverá concorrer à reeleição na capital no pleito de 2016.

Se já havia dificuldades em restabelecer pontes, o artigo "azedou" de vez o clima, uma vez que os dirigentes esperavam que a senadora, ao menos ouvisse, o que a sigla teria a lhe oferecer.

"Estamos vivendo um período de morde e assopra, de críticas e afagos, inclusive de correligionários de nossa direção partidária, mas a Marta exagerou nessas críticas reiteradas, o que só dificulta a reconstrução do diálogo para a sua manutenção no PT", diz um dos membros da executiva da sigla.

Em conversas reservadas, alguns dirigentes não poupam a senadora de críticas, alegando que ela não abriu a brecha necessária para o diálogo construtivo, ao mesmo tempo em que tenta se descolar do partido, como se nunca tivesse integrado as suas fileiras.

"Ao criticar de forma contundente o partido, seus dirigentes e a própria presidente da República, Marta se esquece que ainda é integrante do PT e que, inclusive, ocupou uma cadeira ministerial da gestão que agora critica. Se ela não está contente com os rumos atuais, ela deveria ter feito alguma coisa lá atrás, criticar agora é muito fácil. É uma forma de tentar se eximir de responsabilidade", diz um outro dirigente.

A crise entre Marta e o PT se tornou pública com as declarações da petista ao Estado, quando ela chamou o ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante de "inimigo" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sentenciou que "o PT ou muda ou acaba".

Um dos líderes da Mensagem ao Partido, mais crítica aos rumos do PT, o deputado Paulo Teixeira (SP), disse que o artigo da senadora é "injusto e equivocado".

"É uma avaliação do momento político extremamente equivocada. Não consegue enxergar que nós tivemos um governo que conseguiu gerar emprego, distribuiu renda e garantiu direitos", rebateu.

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