Brasil

Dirigente do União Brasil é um dos foragidos em operação do MP contra o PCC

O advogado Dario Reisinger Ferreira é presidente municipal do União em Suzano; três vereadores de diferentes partidos foram presos entre os 15 mandados de prisão

PCC: o MP-SP deflagrou, na semana passada, uma operação contra duas empresas de ônibus suspeitas de lavar dinheiro para o grupo (Reprodução/Reuters)

PCC: o MP-SP deflagrou, na semana passada, uma operação contra duas empresas de ônibus suspeitas de lavar dinheiro para o grupo (Reprodução/Reuters)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 17 de abril de 2024 às 14h03.

Um dirigente do União Brasil está foragido após ter sido alvo de um mandado de prisão na Operação Munditia, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo na terça-feira, 17, para investigar o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) em contratos com o poder público.

O advogado Dario Reisinger Ferreira é presidente municipal do União em Suzano, no interior paulista, e seu escritório de advocacia fica no mesmo endereço do órgão partidário. Ele é um dos 15 alvos de mandados de prisão temporária — dos quais 13 foram cumpridos.

Procurado, o partido disse que está verificando a situação.

O principal alvo da operação é o empresário Vagner Borges Dias, aliado de Reisinger. Vagner é dono de uma série de empresas — ao menos sete estão formalmente ligadas a seu nome — e é acusado de integrar esquema que forjava concorrências para conquistar contratos públicos e “prestigiar interesses da facção criminosa PCC”.

O empresário é conhecido como “Latrell Brito”, codinome que ele utiliza também na carreira artística como pagodeiro. Vagner (ou Latrell) tem quase um milhão de seguidores no Instagram, mas apenas 371 ouvintes mensais na plataforma Spotify.

São investigados principalmente contratos de limpeza e de postos de fiscalização (vigilância em órgãos públicos), de acordo com as autoridades. Um deles, ainda sob análise se teve fraudes, foi firmado com o governo de São Paulo, mas o MP-SP não especificou qual secretaria foi responsável pela contratação.

Três vereadores foram presos: Ricardo Queixão (PSD-Cubatão), Flávio Batista de Souza (Podemos-Ferraz de Vasconcelos) e Luiz Carlos Alves Dias (MDB-Santa Isabel). E outros funcionários públicos: Fabiana de Abreu Silva, servidora da prefeitura da cidade de Cubatão, e o advogado Áureo Tupinambá, que atuou na defesa do traficante e líder do PCC André do Rap e também trabalhava no Legislativo do município.

Deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao MP-SP, a operação encontrou R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e 8,7 mil dólares nos 42 endereços alvo de busca e apreensão em cidades do estado na terça-feira.

A principal empresa do grupo movimentou mais de R$ 200 milhões em contratos públicos, diz ele. A investigação teve início a partir de uma suspeita de irregularidade em contratos de limpeza com a prefeitura de Guarulhos, em 2023. Mas o MP identificou a atuação comercial das empresas envolvidas no esquema a partir de 2009 e contratos com simulação de competição ao menos nos últimos cinco anos.

Acompanhe tudo sobre:PCCUnião BrasilÔnibusFraudes

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos