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Diretoria da Petrobras pode ter que renunciar, diz Graça

Graça Foster afirmou que ficará no cargo enquanto a presidente Dilma Rousseff quiser, mas não descartou eventual saída de toda a diretoria


	Graça Foster: "Minha motivação é não travar a assinatura do balanço da Petrobras por conta da investigação"
 (Wilson Dias/ABr)

Graça Foster: "Minha motivação é não travar a assinatura do balanço da Petrobras por conta da investigação" (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 12h47.

Rio de Janeiro - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta quarta-feira que ficará no cargo enquanto a presidente Dilma Rousseff quiser, mas não descartou eventual saída de toda a diretoria da estatal para que a publicação do balanço auditado, que está atrasada, possa ocorrer.

"Hoje estou aqui presidente da Petrobras enquanto eu contar com a confiança da Presidência, e ela entender que eu deva ficar", afirmou Graça Foster, como prefere ser chamada, durante café da manhã com jornalistas.

"Minha motivação é não travar a assinatura do balanço da Petrobras por conta da investigação", acrescentou.

Na última sexta-feira, a Petrobras adiou novamente a divulgação das demonstrações contábeis não auditadas do terceiro trimestre de 2014 para até 31 de janeiro, devido a "novos fatos" relacionados à operação Lava Jato que investiga um suposto esquema de corrupção na estatal.

O novo adiamento foi possível porque os credores aceitaram mudanças nos termos contratuais dos bônus (covenants) que tratam dos prazos para a apresentação dos resultados, eliminando o risco de a empresa ter que pagar antecipadamente parte da dívida crescente.

Segundo a executiva, a atual diretoria precisa ter uma sinalização positiva de que está em condições de permanecer, do ponto de suas práticas de governança, e para isso necessita ser investigada, o que poderá atrasar ainda mais a publicação do balanço financeiro da companhia.

"Eu preciso ser investigada, nós precisamos ser investigados, isso leva tempo", afirmou, explicando que os escritórios independentes contratados para realizarem auditorias na empresa têm contratos de um ano, mas que isso pode levar mais tempo.

A operação Lava Jato da Polícia Federal, que já resultou na aceitação de várias denúncias pela Justiça Federal nesta semana, investiga um esquema de corrupção em obras da estatal, envolvendo empreiteiras e pagamentos ilegais a políticos, que levou auditores independentes a se negarem a assinar o balanço do terceiro trimestre.

De acordo com Graça Foster, pode demorar anos para que todas as denúncias sejam averiguadas em sua plenitude.

Entretanto, ela indicou que os diretores acreditam em sua "moral".

"Não somos os únicos capazes de materializar tudo isso, existem dentro da companhia pessoas preparadas para nos substituir, e não somos um valor isolado. Há dentro e fora da companhia pessoas que podem assumir a cadeira da presidente, mas acreditamos em nós, na nossa moral", disse.

A executiva manifestou também que está ansiosa por ver todas as denúncias esclarecidas.

"Não temos receio da verdade", disse Graça Foster, ao fim da coletiva de imprensa.

Investimentos

Graça Foster também afirmou que os investimentos em 2015 a princípio devem ser menores do que em 2014, mas disse que valores não seriam revelados agora.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli, explicou que uma redução eventual dos investimentos "não faz impacto significativo imediato" e reforçou que “hoje em dia” a empresa continua trabalhando com a curva original de produção.

Segundo o executivo, a empresa está estudando a financiabilidade da empresa e a capacidade do mercado de atender as suas demandas. Para ele, algumas consequências da situação atual da Lava Jato trazem incertezas relacionadas a alguns principais players da indústria.

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