Brasil

Diretores da Santa Casa de SP pedem demissão

O anúncio foi feito após reportagem da Folha revelar que os dois foram contratados para prestar consultoria à maior fornecedora de materiais para o hospital


	Santa Casa: a instituição filantrópica vive crise financeira
 (Hélio Bertolucci Jr./Flickr/Creative Commons)

Santa Casa: a instituição filantrópica vive crise financeira (Hélio Bertolucci Jr./Flickr/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 10h25.

São Paulo - O superintendente e o tesoureiro da Santa Casa de São Paulo pediram demissão nesta segunda-feira, 15. A instituição filantrópica vive crise financeira e passa por auditoria de uma comissão técnica formada por representantes dos governos federal, estadual e municipal.

No final de julho, a Santa Casa fechou seu pronto-socorro por 30 horas por falta de recursos para a compra de materiais e medicamentos. O serviço foi reaberto após um repasse emergencial de R$ 3 milhões feito pela Secretaria Estadual da Saúde.

O pedido de demissão de Antonio Carlos Forte, superintendente, e Hercílio Ramos, tesoureiro, acontece menos de uma semana depois de reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelar que os dois foram contratados para prestar consultoria para a Andrade Gutierrez, grupo empresarial dono da Logimed, maior fornecedora de materiais para a Santa Casa.

Forte e Ramos são sócios na empresa de consultoria Apocatú, criada em 2008, quando passaram a prestar serviços para o grupo. No mesmo ano, a Logimed foi contratada pela entidade para fornecer insumos ao complexo hospitalar.

Segundo o jornal, a empresa Apocatú teria recebido cerca de R$ 100 mil em cinco anos pelos serviços de consultoria prestados para a Andrade Gutierrez. O contrato já foi encerrado.

Explicação

Em nota divulgada na semana passada, Forte e Ramos confirmaram os serviços prestados e disseram que "não há nenhum impedimento legal ou ético de que exerçam outras atividades profissionais". De acordo com eles, "não houve favorecimento a nenhuma empresa que tenha sido atendida pela Apocatú ou por seus sócios".

A Santa Casa negou qualquer irregularidade. Na ocasião, afirmou que o contrato com a Logimed representou economia de recursos e aperfeiçoamento da gestão de suprimentos da entidade e disse que a instituição passa por rigorosos controles internos e por auditorias.

Ontem, o provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, afirmou que o desligamento de Forte e Ramos foi motivado por um pedido dos dirigentes e ainda não foram definidos os nomes dos substitutos. Segundo a assessoria da Santa Casa, os dois deverão ficar no cargo até o fim do mês e participarão do processo de transição da nova chefia.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesDesempregogestao-de-negociosHospitais

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP