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Diretor da Alstom confirma pagamento de propina em SP

Em depoimento, André Botto confirmou que a empresa pagou quase R$ 8 milhões de propina para conseguir um contrato com a EPTE e a Eletropaulo


	Estação de distribuição da AES Eletropaulo em São Paulo: ex-diretor da Alstom confirnou que a empresa recebeu R$ 7,8 milhões de suborno para fechar um contrato
 (Marcos Issa/Bloomberg News)

Estação de distribuição da AES Eletropaulo em São Paulo: ex-diretor da Alstom confirnou que a empresa recebeu R$ 7,8 milhões de suborno para fechar um contrato (Marcos Issa/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 15h18.

São Paulo - Depois de ter sido delatada como parte do cartel na licitação de linhas de trem e metrô de São Paulo, a multinacional francesa Alstom foi mais uma vez envolvida em um esquema de corrupção: a denúncia agora é de que a empresa teria pago quase R$8 milhões em propina ao Estado de São Paulo para conseguir um contrato. 

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em 1998 a empresa teria pago uma propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões com a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e com a Eletropaulo, o que corresponderia a cerca de R$ 7,8 milhões. 

Na época, o estado era governado por Mário Covas, do PSDB

A informação foi dada pelo engenheiro francês André Botto em depoimento à Justiça em 2008, ao qual a Folha teve acesso. Botto era diretor comercial da multinacional francesa. 

Segundo ele, o suborno foi utilizado porque era importante para a Alstom evitar uma licitação, garantindo o contrato por meio de acordo. 

O problema é que o contrato original assinado com as estatais era de 1983 e em 1998 já não tinha validade. Então, os 15% serviram para que as duas empresas brasileiras não criassem problemas para revalidar um contrato que teria caducado. 

O contrato tratava da venda de equipamentos para três subestações de energia.

A Alstom ainda nega o pagamento de propinas na obtenção do contrato.

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