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Diretor dos Correios se uniu a argentino para controlar transporte

Amparada por empresas de fachada, MTA seria o embrião de estatal de logística prometida por Lula

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

O diretor de Operações dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues, é testa de ferro do empresário argentino Alfonso Conrado Rey, diz o jornal "Estado de São Paulo" deste domingo (19). O coronel assumiu o cargo nos Correios em 2 de agosto, numa "reformulação administrativa" comandada pela ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra.

Morador de Miami, Rey é o verdadeiro dono da empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), que ganhou as manchetes nas últimas semanas por causa das denúncias de tráfico de influência de Israel Guerra, filho de Erenice, a seu favor. Ex-coronel da Aeronáutica, Artur faz parte de um grupo de executivos e advogados que tem uma rede de empresas de fachada espalhadas pelo Uruguai, EUA e Brasil. Eles movimentam dinheiro para um casal de laranjas brasileiros, como provam documentos do Banco Central, e trabalham para fazer da MTA o embrião da empresa de logística e carga aérea que o governo Lula promete criar após as eleições. O negócio atiça os empresários porque os Correios pretendem comprar dessas empresas aéreas os aviões da nova estatal.

Até pouco antes de assumir o cargo nos Correios, o coronel Artur dirigia a MTA no País. O "Estado" teve acesso a documentos da Justiça, do Banco Central e da própria MTA que revelam o papel duplo dele e ajudam a entender como a empresa já abocanhou R$ 60 milhões em contratos públicos. A MTA foi o pivô da queda de Erenice da Casa Civil, na quinta-feira. Ela deixou o governo depois de a revista Veja ter revelado que seu filho Israel intermediou junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a devolução da certificação de voo da MTA, que fora suspensa.

Os documentos mostram que o coronel Artur se envolveu pessoalmente no esquema montado para viabilizar a MTA no Brasil com recursos externos e driblar a legislação, que é clara: o capital estrangeiro não pode superar 20% em empresas aéreas. Por isso, foi criada, de 2005 para cá, a rede com pelo menos seis empresas de fachada com sede em apenas dois endereços: em Campinas e em Montevidéu, no Uruguai. Em outra ponta, sustentam o esquema empresas com sede nos EUA, ligadas a Rey. O empresário que foi a Brasília para prestigiar a posse do coronel Artur nos Correios, é dono do grupo americano Centurion Cargo, que movimenta o dinheiro e fornece os aviões da MTA. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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