Brasil

Direitos Humanos começam a apurar denúncias de tortura em SC

O estado tem sido vítima de uma onda de violência. A Polícia Civil pretende apurar se isto é consequência de maus-tratos contra detentos


	Prisão: desde o início dos ataques, foram registradas 68 ocorrências, ente elas 27 ônibus incendiados, em 16 municípios
 (Ali al-Saadi/AFP)

Prisão: desde o início dos ataques, foram registradas 68 ocorrências, ente elas 27 ônibus incendiados, em 16 municípios (Ali al-Saadi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 12h11.

Brasília - Representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República começam hoje (19) a apurar denúncias de tortura de detentos em presídios de Santa Catarina. O grupo, liderado pelo ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, está na capital catarinense, onde se reúne com autoridades locais ligadas à segurança pública.

De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, a ação desta segunda-feira é a primeira de uma série que será adotada em parceria com os estados e servirá para avaliar o sistema prisional do país. A próxima visita está marcada para a próxima sexta-feira (23), em Porto Alegre.

Há uma semana, o estado de Santa Catarina tem sido alvo de uma onda de violência. Uma das linhas de investigação da Polícia Civil vai apurar se os atos criminosos são uma represália a supostos maus-tratos contra detentos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública estadual, no fim de outubro, a mulher do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, em Florianópolis, Carlos Antônio Alves, foi assassinada, o que também poder ser um ato de retaliação dos criminosos. Uma semana depois, durante um princípio de rebelião no presídio, agentes foram acusados de usar excesso de força para conter a ação dos presos. Na semana passada, Carlos Alves foi afastado temporariamente do cargo, a pedido próprio.

Desde o início dos ataques, foram registradas 68 ocorrências, ente elas 27 ônibus incendiados, em 16 municípios. Quarenta e sete suspeitos de envolvimento estão presos e três pessoas, todas apontados pela polícia como responsáveis pelos crimes, morreram.

Para conter as ações, a polícia reforçou o patrulhamento em áreas consideradas críticas. Pelo menos 5 mil escoltas a ônibus foram feitas por equipes policiais na capital. O Ministério Público do Estado de Santa Catarina também decidiu, na semana passada, criar o Grupo Especial de Trabalho de Enfrentamento da Violência Organizada para acompanhar e combater os atentados, com reforço do trabalho de inteligência.

O Ministério da Justiça informou, por meio da assessoria de imprensa, que, embora esteja acompanhando a situação em Santa Catarina, com troca de informações com as autoridades locais, não recebeu nenhum pedido oficial de ajuda por parte do governo catarinense e que não pode intervir sem que isso ocorra, já que a segurança pública é uma prerrogativa estadual. Em nota, o ministério acrescentou que “já realiza inspeções regulares nas unidades penitenciárias estaduais” e que “relatórios com as irregularidades encontradas são encaminhados pelo Conselho [Nacional de Política Criminal e Penitenciária] às autoridades competentes em cada caso”.

Acompanhe tudo sobre:Crimecrime-no-brasilPrisõesSanta Catarina

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas