Brasil

Minoria quer "desestabilizar democracia", diz José Dirceu

O ex-ministro disse que o movimento conta com "amplo apoio da mídia", que inicialmente havia, na opinião dele, classificado os protestos como baderna e exigira repressão


	José Dirceu cobrou a união para mudar e aprofundar "as reformas que fizemos". "Sendo assim, é hora de o poder constituído ser exercido em defesa da democracia e das instituições"
 (Ana Araújo/Veja)

José Dirceu cobrou a união para mudar e aprofundar "as reformas que fizemos". "Sendo assim, é hora de o poder constituído ser exercido em defesa da democracia e das instituições" (Ana Araújo/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 18h23.

Brasília - Condenado no julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ano passado, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu afirmou nesta sexta-feira, em nota publicada no seu blog pessoal, que uma minoria se uniu à violência de grupos nas manifestações desta quinta-feira, 20, numa tentativa de "desestabilizar a democracia".

Para Dirceu, a maior parte dos manifestantes faz reivindicações "por melhorias na saúde e educação, contra as tarifas e o péssimo transporte e os gastos nas Copas das Confederações e do Mundo". "Mas há uma tentativa de setores políticos e sociais de tomar conta de alguns atos, deixando num segundo plano essas reivindicações majoritárias", escreveu.

O ex-ministro disse que o movimento conta com "amplo apoio da mídia", que inicialmente havia, na opinião dele, classificado os protestos como baderna e exigira repressão.

Dirceu afirmou que "esses setores" procuram mobilizar abertamente sua "base social de oposição para ir às ruas".

Ele destacou que se está explorando as palavras de ordem contra a corrupção, partidos políticos e a PEC 307, proposta de emenda à Constituição que limita poderes de investigação do Ministério Público de forma a dar continuidade "a uma agenda que a mídia alimentou esses últimos anos contra a política em geral, o que sempre acaba em ditadura".

José Dirceu afirmou que há uma tentativa de cooptar a juventude que iniciou os protestos para esse rumo. "Constrói, ao mesmo tempo, uma narrativa para tentar levar as manifestações para a oposição contra o governo. Isso não tira a legitimidade e o direito dos manifestantes opositores ao governo, mas a atual onda de violência não é vandalismo apenas. São atos políticos contra símbolos do poder constituído, contra a democracia, já que os saques são exceção", disse.

O ex-ministro cobrou a união para mudar e aprofundar "as reformas que fizemos". "Sendo assim, é hora de o poder constituído ser exercido em defesa da democracia e das instituições".

"Vamos nos unir na defesa do que fizemos, e seguir mudando e aprofundando as reformas que iniciamos, começando pela reformas política e tributária. Elas são indispensáveis para avançar nas mudanças sociais reclamadas com razão pela juventude, nos transportes, na educação e na saúde", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaJosé DirceuPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosProtestosProtestos no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Governo quer aumentar número de setores fora do tarifaço

Governo quer ampliar número de setores isentos do tarifaço de Trump, diz Alckmin

Recuperação de áreas degradadas pode contar com R$ 31,4 bilhões

Rio Grande do Sul registra neve em algumas localidades